segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Santarém: muita aficion, pouco público e bons momentos de toureio no Festival dos Bandarilheiros

Desembaraçado, com conhecimento de causa e a não permitir tempos mortos, João
Pedro "Juca" foi autor de uma aplaudida actuação a cavalo
Duarte Alegrete brilhou numa emotiva actuação como cavaleiro
Momento da faena do bandarilheiro espanhol Miguel Murillo
Pedro Gonçalves recebeu o novilho com uma "larga afarolada" de joelhos,
bandarilhou como só ele sabe e com a muleta, depois de brindar ao ganadero
Manuel Veiga, fez os possíveis, mas faltou a matéria prima para o êxito desejado
Espectacular, como sempre, com as bandarilhas, Cláudio Miguel foi autor dos
mais artísticos detalhes na faena de muleta
Joaquim Oliveira, um dos mais destacados bandarilheiros desta temporada, em
dois momentos da sua esforçada actuação, sábado em Santarém
O novilheiro espanhol Vicente Soler lidou, extra-festival, um toiro com trapio 
Fixem o nome, que este jovem promete! Momnentos da actuação de Duarte Silva,
aluno da Escola de Toureio "Joaquim Gonçalves", diante de uma excelente novilha
da nova ganadaria dos Irmãos Carreira
A pega de cernelha executada por Bernardo Cardoso e Bruno Inácio, ambos do
Grupo do Aposento da Moita
A pega de caras executada por José Maria Moreira, elemento do Grupo do Aposento
da Chamusca, vendo-se entre os ajudas o seu próprio cabo, Pedro Coelho dos Reis


Miguel Alvarenga - Com um frio de fazer doer os ossos e escassa presença de público nas bancadas (final de Novembro não é data propícia a touradas, credo!), viveram-se momentos de bom toureio (os possíveis, dada a pouca colaboração dos vários novilhos, oferecidos por diversos ganaderos) no Festival dos Bandarilheiros realizado no sábado na Monumental "Celestino Graça", em Santarém e onde se prestou homenagem aos 50 anos de alternativa do bandarilheiro local César Marinho (na foto ao lado, com a Selecção de Forcados da Amizade).
Desembaraçado e a evidenciar conhecimentos, abriu a função o "cavaleiro" João Pedro "Juca", bregando e cravando com acerto, seguindo-se Duarte Alegrete, que se destacou em sortes frontais com verdade e emoção. Duas lides a cavalo a revelar dois toureiros que sabem o que fazem e não deixaram ficar mal, de modo algum, antes pelo contrário, a nobre arte de lidar toiros a cavalo.
A Selecção de Forcados da Amizade, comandada por Rodrigo Castelo (com supervisão do experiente João Simões, seu antigo cabo no Grupo do Aposento da Moita), executou uma pega de cernelha (devido ao facto de ter ficado no toiro o bico de uma bandarilha, que poderia causar ferimentos ao forcado de cara) por intermédio de Bernardo Cardoso e Bruno Inácio (dois valorosos elementos do Aposento da Moita) e outra de caras, ao segundo intento, por José Maria Moreira (do Grupo do Aposento da Chamusca, que tinha entre os ajudas o seu próprio cabo, Pedro Coelho dos Reis, o valente "Pipas") com excelente intervenção de todos os elementos.
No toureio a pé e face à pouca colaboração dos novilhos, há a destacar bons apontamentos de qualquer um dos intervenientes e a grande vontade de agradar e entrega que foi denominador comum a todos. Aplausos para o bandarilheiro espanhol Miguel Murillo, que lidou o primeiro novilho e para os nossos valorosos Pedro Gonçalves, Cláudio Miguel (que foi autor dos melhores momentos com a muleta) e Joaquim Oliveira (que brindou a sua lide a Paco Duarte), bem como para o novilheiro espanhol Vicente Soler (cuja quadrilha será em 2015 integrada por Pedro Gonçalves), que lidou extra-festival um toiro e ainda para o jovem e promissor Duarte Silva, que fechou a função evidenciando valor e arte diante de uma excelente novilha da nova ganadaria dos Irmãos Carreira (que será oficialmente estreada na próxima temporada). Entre as quadrilhas de bandarilheiros, o destaque vai para as presenças do cavaleiro Francisco Núncio e de seu filho Francisco (a coadjuvar a actuação de "Juca"), bem como do sempre em forma João José (quem sabe, nunca esquece) e do matador Parreirita Cigano, que saíu na quadrilha de Pedro Gonçalves.
Realce, ainda, para os extraordinários tércios de bandarilhas executados por Pedro Gonçalves, Cláudio Miguel e Joaquim Oliveira e também por Vicente Soler, num espectáculo que foi demorado, frio, mas agradável. Dirigiu com o habitual acerto o antigo forcado Francisco Calado, ex-cabo dos Amadores das Caldas da Rainha e um dos mais competentes directores de corrida da nossa praça.

Fotos Emílio de Jesus/fotojornalistaemilio@gmail.com