terça-feira, 14 de abril de 2015

Miguel Alvarenga ontem na Rádio Portalegre: "Devia-se, para bem de todos, ter analisado o toiro..."

Ventura 5ª feira passada em Lisboa, com o toiro da polémica, o nº 28, sem nome,
da ganadaria Pinto Barreiros, propriedade de Joaquim Alves


"Não acredito minimamente nessas estórias de toiros drogados e mais não sei quê, mas a verdade é que elas andam uma vez mais no ar. O que aconteceu a Ventura no primeiro toiro no Campo Pequeno foi ter lidado - e bem - um toiro manso e que se apagou ao longo da lide, terminando exausto e deitado em terra. Isso não é a primeira vez que sucede nas arenas, há que ter em conta, muito embora se possa suspeitar desse estranho comportamento do toiro. Mas que, na realidade, há coincidências a mais, e eu também não acredito em coincidências, sempre que Ventura toureia no Campo Pequeno, também as há, sim senhor - lembro o caso dos Graves, dos Charruas. Penso, por isso, que seria recomendável, para bem do próprio Ventura, do Campo Pequeno e da Festa, que o toiro fosse devidamente analisado e se acabasse de vez com esta polémica. Trata-se de uma primeira praça do país e de uma primeira figura do toureio mundial que, penso eu, não precisa de drogar toiros ou de recorrer a quaisquer outras artimanhas para ser quem é" - foi assim que falou Miguel Alvarenga (na foto, com sua Mulher, Ana de Alvarenga, na corrida de quinta-feira passada em Lisboa), ontem no programa "3 Tércios" da Rádio Portalegre. Uma intervenção polémica.
"Se existem dúvidas, se as pessoas falam, se Ventura está a ser vítima de boatos, deveria partir dele próprio a iniciativa de mandar fazer análises ao referido toiro por forma a acabar de vez com a polémica e com as suspeitas. Além disso, lembro, estava um médico veterinário a assessorar o director de corrida que, se tivesse dúvidas, o deveria ter feito. Penso que os médicos veterinários nas touradas não são meras figuras decorativas... Penso que também o ganadeiro Joaquim Alves, proprietário da ganadaria Pinto Barreiros, já teria vindo a público dizer de sua justiça se tivesse qualquer suspeita de que lhe tivessem manipulado o toiro e a verdade é que não o fez. Por tudo isso, concluo que houve, na verdade, coisas estranhas, mas que podem não ter sido tão estranhas como parecem e que se impunha fossem esclarecidas de uma vez por todas - a bem de todos os atingidos pelos rumores que andam no ar: o rejoneador Ventura, a empresa do Campo Pequeno, o ganadeiro e o veterinário. E digo isto porque, se as dúvidas e as suspeitas permanecerem no ar, pode estar a comprometer-se seriamente a próxima corrida com Ventura no Campo Pequeno, aquela em que, em Julho, vai tourear mano-a-mano com 'El Juli'. Uma pessoa que tenha vindo a Lisboa e que tenha nos ouvidos todas estas coisas de que se fala, certamente não volta a comprar bilhete para ver outra vez Ventura, a menos que tudo se esclareça e que se dissipem de uma vez por todas as dúvidas. Por isso, insisto: devia-se ter analisado o toiro, mais a mais depois de se saber que morreu nos curros do Campo Pequeno no final da lide", acrescentou.

Fotos Emílio de Jesus/fotojornalistaemilio@gmail.com