domingo, 7 de junho de 2015

Santarém, ontem: glória aos 100 anos do Grupo de Santarém

Uma arena cheia de Forcados - 100 anos a pegar toiros. A tarde de glória
dos Amadores de Santarém. Amanhã, vamos contar-lhe tudo e mostrar-lhe
todas as fotos
Abriu praça o cabo Diogo Sepúlveda com um pegão à primeira, dando o mote
para o que viria a ser uma verdadeira tarde de glória para os Amadores de
Santarém, sobretudo pelas intervenções de antigos elementos
Gonçalo da Cunha Ferreira (49 anos), antigo cabo e retirado há anos, pegou
com a técnica, a raça e a valentia de sempre o segundo toiro da tarde e deu
emotiva volta à arena com Joaquim Bastinhas - amanhã, não perca aqui no
"Farpas", todas as pegas, uma a uma
A enorme pega de Tó Gama ao último toiro da corrida. Na foto de baixo, Ana e
Miguel Alvarenga com o antigo cabo Carlos Empis


Tarde de grandes emoções, ontem, na Monumental de Santarém - que merecia e devia ter sido praça cheia e foi apenas pouco mais que metade. Os cem anos dos Forcados Amadores de Santarém exigiam - e impunha-se - muito mais, mas esta é, infelizmente, a tauromaquia que temos...
Seja como for, a tarde foi de glória para o centenário e glorioso grupo de forcados, que fardou mais de cem elementos e teve em praça muitas das glórias que o integraram nas últimas décadas.
Com toiros de Murteira Grave que, como é de lei, impuseram seriedade e respeito, a tarde foi indiscutivelmente dos Forcados e teve a particularidade (enorme!) de quatro pegas terem sido executadas por elementos já retirados: o antigo cabo Gonçalo da Cunha Ferreira pegou com a galhardia de sempre o segundo toiro da tarde, à primeira; Manuel Murteira esteve fantástico na pega ao quarto toiro, à segunda; Gonçalo Veloso foi um portento a executar a quinta; e o momento de maior emoção da corrida ocorreu no último toiro, com o cite, a arte a recuar, a valentia a fechar-se e a aguentar todos os derrotes, do grande Tó Gama, à primeira - todos eles a recordar momentos passados, momentos de glória que se não esquecem nunca.
As outras duas pegas foram levadas a cabo pelo cabo Diogo Sepúlveda, que abriu à praça, consumando com a classe e a técnica usuais à primeira; e pelo valoroso António Grave de Jesus, que consumou à quarta a pega ao terceiro toiro da corrida, um manso que se refugiou em tábuas e raramente investiu para o cavalo de Telles, chegando praticamente inteiro ao forcado e dificultando-lhe a tarefa ao máximo.
Os antigos cabos Carlos Grave e Carlos Empis e o sempre lembrado António Cachado rabejaram com o saber de sempre, também eles nos lembrando tempos-outros. Em todas as pegas intervieram antigos forcados, a par com os actuais.
No que aos cavaleiros diz respeito, as maiores e mais aplaudidas actuações da corrida couberam a Rui Salvador, a Luis Rouxinol e a Vitor Ribeiro. João Moura esteve bem na lide de um toiro manso, Joaquim Bastinhas sóbrio e desenvolto diante do melhor toiro da corrida (aplaudido na recolha) e António Ribeiro Telles fez os possíveis e impossíveis para lidar o terceiro, cravando a ferragem a sesgo por o oponente se ter refugiado nas tábuas. A corrida foi muito bem dirigida pelo também antigo forcado de Santarém, Manuel Gama. Ao início da corrida, houve homenagens ao Grupo de Santarém por parte da Associação Nacional de Grupos de Forcados e pelos cabos de alguns grupos, entre os quais os de Lisboa, Vila Franca, Aposento da Moita e Aposento da Chamusca e ao intervalo a Câmara e Santa Casa da Misericórdia também homenagearam os valentes forcados da cidade pelo seu centenário.
Pela manhã, teve lugar um festejo de juventude em que se destacaram os jovens cavaleiros António Núncio, Joaquim Brito Paes e Bernardo Salvador, de que amanhã também aqui vamos mostrar imagens.

Amanhã, não perca: a detalhada análise de Miguel Alvarenga e as fotos de Emílio de Jesus e Maria João Mil-Homens de um dia em cheio em Santarém. Veja os melhores momentos da corrida, as pegas uma a uma, os Famosos que estiveram na Monumental "Celestino Graça" e todas as fotos do espectáculo matinal de juventude.

Fotos Emílio de Jesus e Maria João Mil-Homens