O mano-a-mano de ontem no Campo Pequeno entre João Moura Júnior e João Ribeiro Telles teve momentos de grande emoção e que provocaram verdadeiras explosões do público nas bancadas, mas feitas as contas não de pode considerar que tenha havido um vencido e um vencedor. Ambos se exibiram em alto nível nos três toiros que cada um enfrentou, houve a registar grandes e emotivos momentos de brega de Moura Júnior na lide dos seus dois primeiros toiros e um início magistral da lide do seu último toiro, que recebeu com uma emotiva sorte de gaiola e que levantou a praça a seguir num arrepiante segundo ferro comprido de praça a praça, a consentir tudo; e houve grandes ferros de João Telles, daqueles que páram corações, nas suas três lides. Os dois reafirmaram o grande momento que atravessam e a certeza de que constituem, sem margem para dúvidas, a grande parelha da actualidade.
Destaque para o excelente jogo dado pelos toiros das três ganadarias - Pinto Barreiros, Murteira Grave e António Charrua - e para as seis extraordinárias pegas dos Amadores de Santarém e de Montemor, numa corrida muito bem dirigida por Pedro Reinhardt - que Miguel Alvarenga a seguir analisará ao pormenor. Não perca, também, as grandes foto-reportagens de Emílio de Jesus e Maria João Mil-Homens. A praça registou uma agradável presença de público (cerca de dois terços), mas não encheu, como se exigia - o que, lamentavelmente para o toureio nacional, vem legitimar os estatutos de Pablo Hermoso de Mendoza e Diego Ventura como únicos toureiros "taquilleros" (que levam público às praças) da actualidade no nosso país. Foi pena que a aficion lusa não tivesse ontem marcado uma posição solidária e de grande apoio aos nossos dois mais destacados cavaleiros da temporada. Lamentável, mesmo. Mas somos assim...
Fotos Emílio de Jesus/fotojornalistaemilio@gmail.com