quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Querem guerra? Façam-na! Não se fiquem pelos ameaços...

Caetano, Moura e Telles: quem é verdadeiramente triunfador? Quem merece e quem
não merece prémios? Que melhor maneira para dissipar as dúvidas e acabar com
as suspeitas, do que pô-los a competir na arena, o único cenário possível e credível
para se travarem as guerras dos toureiros?



Miguel Alvarenga - Toda a vida ouvi os antigos dizerem, e assim foi sempre, na realidade, que as guerras entre toureiros e/ou gente afecta aos toureiros, vulgo apoderados, se travam no único dos cenários onde têm verdadeira razão de ser e onde tudo faz sentido: a arena. E não nos bastidores, nos colóquios, atrás das portas...
O "tsunami" criado sábado passado no jantar de entrega de prémios do site de Maria João Mil-Homens, pode não dignificar a Festa, e não a dignifica, certamente, mas pode vir a ter, se assim o entenderem as partes, frutos benéficos para a Festa - e para todos os envolvidos nesta polémica. Senão, vejamos.
Os apoderados Rui Bento (de João Moura Jr.) e António Manuel Cardoso "Nené" (de João Ribeiro Telles) não comparecerem na festa, em que eram ambos galardoados, o primeiro como "melhor apoderado", o segundo como "melhor empresa" (ex-aequo com a do Campo Pequeno), preferindo enviar textos polémicos que cairam ali que nem bombas, fizeram estilhaços e provocaram feridos.
Claramente, ambos se quiseram manifestar e marcar posição contra o facto de o cavaleiro João Moura Caetano ter sido galardoado como triunfador da temporada - e não os seus toureiros. Foi isso, na verdade, o que aconteceu e foi isso que motivou as tomadas de posição de cada um. Por mais que directamente não o tenham dito, deixaram-no subentendido nas entrelinhas, e mesmo nas linhas, dos comunicados que enviaram e ali foram lidos em público.
Toda a vida, também, as entregas de prémios - e agora, muito mais - tiveram efeitos e interpretações altamente subjectivas. Nunca agradaram a gregos e a troianos. Nem têm que agradar.
Antigamente, havia os prémios anuais da Casa da Imprensa. Tinham importância, tinham prestígio e tinham, acima de tudo, credibilidade.
Nos tempos actuais, proliferam pela internet (foi uma das grandes desvantagens desta modernice) páginas e mais páginas de (assim de autodenominam) tauromaquia e cresceram do chão os novos críticos taurinos, há-os por toda a parte. Todos dão prémios - que, hoje, valem o que valem...
E todos esses prémios dão azo a más interpretações, a suspeitas mil. Nos últimos dias, o site "porta dos sustos" foi alvo de ataques e insultos no "Facebook" (como aqui reproduzimos ao lado), sobre Maria João Mil-Homens recairam suspeitas no critério da escolha dos premiados. Um aficionado afecto aos Moura chegou mesmo a insinuar que Moura e Telles não teriam sido premiados por "não terem pago" ao site - o que, nas entrelinhas, sugere que Caetano o terá feito. Enfim, vira o disco e toca sempre o mesmo...
Maria João Mil-Homens é uma dedicada aficionada e uma profissional empenhada - que tenho orgulho em também ter a meu lado, aqui no "Farpas". Defendeu-se e deixou escrito que nunca recebeu um cêntimo de gente dos toiros, faz o que faz por paixão e por aficion. E tem o direito de escolher quem melhor entender para atribuir os prémios do seu site.
Rui Bento e "Nené" estão no direito de não concordar com a atribuição do troféu de triunfador da temporada a Moura Caetano.
A partir de agora e pela guerra que desencadearam, podem dissipar todas as dúvidas e reclamar de uma vez por todas o estatuto de triunfador para quem entenderem. É tão simples como isto: ambos organizam corridas de toiros. Ponham então à guerra, porque a arena é o único cenário possível e credível para as guerras dos toureiros, os três de quem se fala: João Moura Caetano, João Moura Júnior e João Ribeiro Telles.
Os três têm valor, os três têm armas e ferramentas (cavalos) mais que suficientes para aguentarem a competição que vier, pois então não percam tempo. O novo Trio da Apoteose só traria benefícios para a Festa - e para o renascimento de uma competição no toureio a cavalo que, inventem as que inventarem, não existe entre nós desde os tempos da parelha Batista-Veiga.
Seria muito mais interessante, muito mais importante e, sobretudo, muito mais inteligente do que estas guerrinhas de bastidores, do que estas entrelinhas que ficam escritas em comunicados que alguns até nem chegam a entender ou entendem ao contrário...
Moura Caetano não mereceu o troféu? Quem o merecia era Moura? Ou antes Telles? Querem guerra? Façam-na, não se limitem a ameaços. Venha de lá o novo Trio da Apotose e discutam os três na arena quem merece o que merece e quem não merece o que não merece.
Força, senhores empresários/apoderados! Do que a Festa precisa é destas picardias e não de cartéis que são sempre mais do mesmo.

Fotos D.R./las-ventas.com e Florindo Piteira/www.pitonapiton.com