segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Grupos de Évora e Acad. Elvas: a duríssima noite de sábado em Elvas

Duros, exigentes, a proporcionar desmedida emoção, os toiros dos Herdeiros
de Rodolfo André Proença
(premiados com volta à arena no final) fizeram a vida
negra aos forcados dos Grupos de Évora e Académicos de Elvas na corrida de
sábado no Coliseu de Elvas. Ásperos e a impor respeito durante as lides, 
chegaram às pegas a derrotar com violência. Os Forcados vivem um momento
complicado e isso nota-se, marcado pelas recentes mortes de Pedro Primo e de
Fernando Quintella. As ajudas nem sempre foram eficazes, não houve uma pega
à primeira. E só graças a Deus não se registaram lesões graves nos valentes
rapazes das jaquetas de ramagens. Foi uma noite muito dura e de grande
angústia no momento das pegas

1ª pega - João Pedro Oliveira (Évora)
a dobrar 7 tentativas de Dinis Caeiro
Dinis Caeiro brindou a sua pega ao Maestro Bastinhas e o público levantou-se a
aplaudi-lo
Disse-me um dia, do alto da sua inegável experiência e enorme sabedoria, Mestre
Nuno Salvação Barreto, que "há toiros impegáveis" e este primeiro da corrida
de Elvas, com 606 quilos (peso excessivo para a natural morfologia do toiro,
insisto, isto é um disparate!) era um toiro impegável. Viveram-se momentos de
muita angústia. assistiu-se a derrotes brutais e forcados pelo ar, graças a Deus
não voltou a haver nenhuma desgraça, mas foi mesmo e só graças a Deus.
O forcado Dinis Caeiro, com inegável experiência, foi sete vezes à cara do animal,
com a condescendência do director de corrida Agostinho Borges. Acabou por
sair com um ombro lesionado e foi dobrado, em recurso, pelo cabo João Pedro
Oliveira
. Depois, cheio de sentido, o toiro demorou quase vinte minutos a ser
recolhido...

2ª pega - António Machado (Elvas)
António Machado, irmão do cabo, fez a primeira pega dos Académicos de Elvas
à terceira tentativa, depois de ter sofrido derrotes de grande violência nas duas
primeiras, a que também faltaram nitidamente as ajudas. A pega foi brindada
à memória dos forcados Pedro Primo e Fernando Quintella

3ª pega - Miguel Direito (Évora)
Miguel Direito fez ao terceiro toiro da noite a mais emotiva e a melhor pega da
corrida. Concretizou ao segundo intento, depois de brutalmente derrotado na
sua primeira intervenção, que brindou aos céus, à memória dos forcados
Pedro Primo e Fernando Quintella. Na segunda tentativa, fechou-se com braços
de ferro, aguentou um derrote violento, esteve fora da cara do toiro e emendou-se.
Pega emotiva e muito aplaudida

4ª pega - Marco Raimundo (Elvas)
Marco Raimundo foi o autor da quarta pega da noite, ao segundo intento e
depois de um derrote brutal na primeira tentativa. O grupo esteve bem a ajudar

5ª pega - José M. Passanha (Évora)
José Maria Passanha, um forcado que já tínhamos visto fazer uma grande pega
em Évora, concretizou à segunda a pega do quinto toiro da noite, com decisão
e muito querer, depois de na primeira não ter tido qualquer hipótese por ter
sofrido logo um violentíssimo derrote

6ª pega - Luis Machado (Elvas)
Para a cara do último toiro foi o cabo dos Académicos
de Elvas, Luis Machado. Pegou sem problemas de maior
e já com o toiro rendido à quarta intervenção. Nas três
primeiras, em duas faltaram as ajudas, na segunda
tentativa o toiro nem deu hipóteses a mais nada,
derrotando forte o forcado. O cabo esteve valente e
no final deu volta com os três cavaleiros e os
ganaderos

Fotos Maria Mil-Homens