Pedro Maria Gomes com seu pai, José Luis Gomes, a quem sucedeu, anos depois da colhida, na chefia dos Forcados Amadores de Lisboa |
Dois forcados - Pedro Maria Gomes (actual cabo dos Amadores de Lisboa) e Francisco Maria Borges (dos Amadores de Montemor) - também sofreram nos últimos anos gravíssimas lesões no fígado idênticas às que vitimaram nos últimos dias os forcados Pedro Miguel Primo, doa Amadores de Cuba (colhido no passado dia 2 em Cuba e que morreu no dia 5 no Hospital Curry Cabral, em Lisboa) e Fernando Quintella, dos Amadores de Alcochete (falecido esta madrugada depois de ter sido colhido ontem à noite na Moita) - mas ambos sobreviveram, graças a Deus. E até continuaram a pegar.
Pedro Maria Gomes sofreu a sua violenta colhida em Junho de 2003 quando pegava numa praça portátil na Malveira.
Esteve cerca de três meses hospitalizado, lutando pela vida, primeiro no Hospital de São José e depois no dos Capuchos - onde o jornal "Farpas" o entrevistou e o fotografou já nos últimos dias de internamento. Foi submetido a duas delicadas intervenções cirúrgicas ao fígado e acabou por recuperar, reaparecendo e voltando a pegar seis anos depois, a 15 de Setembro de 2009 (passaram ontem oito anos), precisamente numa corrida na praça da Moita, onde ontem morreu Fernando Quintella.
Francisco Maria Borges, um dos mais brilhantes forcados do momento e também um dos elementos do Grupo de Montemor mais maltratado pelos toiros, sofreu também uma grave lesão no fígado quando em Setembro de 2015, há dois anos, pegava um toiro na praça de Montemor. Depois de uma pega brilhante a um toiro da ganadaria Herdade de Pégoras, foi retirado da cara do animal pelos companheiros e levado para a enfermaria, sendo depois transportado ao Hospital Curry Cabral, em Lisboa, onde foi operado pela equipa do Dr. Eduardo Barroso e onde esteve internado vários dias. Também recuperou da lesão, felizmente, continuando a pegar.
As lesões no fígado, que antigamente ocorriam com muito menos frequência e não foram causadoras da morte dos sete forcados que antecederam as tragédias de Pedro Primo e Fernando Quintella, foram agora, no espaço de apenas dez dias, as causas da morte destes dois forcados.
Fotos Fernando Clemente, Luis Azevedo e D.R.