terça-feira, 4 de agosto de 2020

Associações de Toureiros e Ganadeiros também vetam Corrida RTP de Monforte solidárias com a ANGF


Estamos, indiscutivelmente, perante uma verdadeira (e triste) novela mexicana. A Corrida RTP anunciada para dia 28 deste mês em Monforte está cada vez mais em risco de não se realizar. 
Fátima Pinto, gerente da empresa Bússolas e Descobertas, a empresária promotora do espectáculo (em parceria com a Casa do Pessoal da RTP, presidida pelo jornalista Luis Castro), admite mesmo agora a hipótese de "passar a pasta" a outro empresário, convidando-o para ser o organizador da corrida, depois de a Associação Nacional de Grupos de Forcados ter aconselhado os seus grupos a não pegarem nessa corrida, devido a uma dívida do empresário João Duarte (3.375 euros) a três grupos de forcados (Amadores da Tertúlia Terceirense, Amadores do Ramo Grande e Real Grupo de Moura), desde uma corrida que este levou a efeito no ano de 2010 na Ilha Terceira.
Fátima Pinto não é casada com João Duarte - mas vive com o empresário. Esse facto levou a ANGF a acreditar que a Corrida RTP de Monforte era, ainda que indirectamente, organizada por ele e por isso pôs em marcha todo este processo para tentar cobrar a antiga dívida. 
Agora, a Associação Nacional de Toureiros e a Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide (Ganadeiros) solidarizaram-se com a ANGF e aconselharam também os seus associados a não participarem na referida tourada (que está a transformar-se mesmo numa verdadeira tourada...). 
A ANdT terá aconselhado os cavaleiros Moura Caetano, Miguel Moura e Ricardo Cravidão (cavaleiro praticante que é apoderado por João Duarte) a não actuarem na Corrida RTP de Monforte e a Associação de Ganadeiros já terá também aconselhado o ganadeiro Paulo Caetano (cujo aniversário da alternativa de cavaleiro tauromáquico estava associado ao espectáculo) a não vender os seus toiros a Fátima Pinto.
A empresária entregou o caso à mediática sociedade de advogados Camacho, Nunes & Associados, gerida pelo conhecido empresário António Nunes, que disse há momentos ao "Farpas" que toda esta trapalhada "pode mesmo pôr em causa a realização de muitas corridas de toiros este ano em Portugal".
A sociedade de advogados vai avançar com processos crimes e cíveis contra as três associações tauromáquicas (forcados, toureiros e ganadeiros) e poderá mesmo interpor providências cautelares que vão colocar em risco as próximas corridas de toiros.
"O facto de a empresária Fátima Pinto ter uma relação com o empresário João Duarte em nada a obriga ao pagamento de dívidas que ele tenha contraído. A ANGF terá que pedir contas a João Duarte, mas nunca a Fátima Pinto. Por outro lado, João Duarte terá uma dívida para com forcados, mas nenhuma dívida a toureiros ou ganadeiros, pelo que não tem nenhum fundamento que estes o estejam também agora a vetar", diz-nos António Nunes.
A procissão continua ainda no adro. Mas promete muita "guerra" nos próximos dias...

Foto Emílio de Jesus/Arquivo

Fátima Pinto não é oficialmente casada com João Duarte e não
pode ser responsabilizada pelas dívidas deste,
sustentam os advogados