Miguel Alvarenga - Entramos na última semana de campanha eleitoral e a grande realidade é que o CDS-PP, sob a liderança de Francisco Rodrigues dos Santos, é o único partido que afirma claramente defender a tauromaquia. E o seu presidente é o único líder partidário que tem dado a cara marcando presença em espectáculos tauromáquicos - o último dos quais em Outubro do ano passado na Chamusca (foto de cima), no festival de homenagem póstuma ao matador Ricardo Chibanga, a que assistiu na bancada acompanhado por sua Mulher, Inês Guerra Vargas.
Os restantes partidos e os seus respectivos líderes continuam a manter uma posição pouco clara na defesa da tauromaquia. Há os que são contra e nem é preciso enunciá-los, todos sabem quais são. E há os que não dizem não, nem sim, antes preferem um envergonhado nim...
Rui Rio, líder do PSD, que as sondagens (para quem acredita nelas...) dão agora como vencedor das eleições do próximo domingo, recebeu um barrete de forcado em Santarém e outro em Coimbra e prometeu que assumiria a defesa das tradições portuguesas e não se esqueceria deles (dos forcados que lhe ofereceram o barrete).
Tem a seu lado muitos defensores da tauromaquia, entre os quais a ex-deputada e de novo candidata Fernanda Velez (presença constante nas nossas praças) e António Prôa, ex-deputado no Parlamento, actual deputado na Assembleia Municipal de Lisboa e agora também candidato a deputado nacional com muitas possibilidades de ser eleito. Cronista do semanário "Sol", muitas têm sido as vezes em que dedicou os seus escritos à tauromaquia e nomeadamente à continuidade das corridas de toiros no Campo Pequeno, além de ser também um assíduo frequentador das nossas praças.
André Ventura não assumiu ainda uma posição frontal em defesa do mundo tauromáquico. Têm defendido a caça e a pesca, mas esquiva-se sempre a falar do espectáculo tauromáquico. Em 2019 marcou posição no Terreiro do Paço na manifestação do Mundo Rural e fotografou-se ao lado de figuras das arenas, mas nem nos debates que manteve com a líder do PAN ousou sair em defesa da arte tauromáquica.
Tem, contudo, a seu lado, entre os seus braços-direitos, três destacados aficionados: Pedro Pinto, que foi crítico tauromáquico, director de uma revista de tauromaquia ("Ruedo Ibérico"), apoderado de toureiros e empresário organizador de touradas; Ricardo Dias Pinto, destacado aficionado e que em tempos dirigiu nas redes sociais um movimento a favor da construção de uma nova praça de toiros em Cascais; e ainda o advogado Rodrigo Alves Taxa, igualmente uma presença assídua nas praças de toiros e também autor de vários artigos publicados em sites de tauromaquia em defesa da Festa Brava. Como vice-presidente da Distrital de Lisboa do Chega, tem também a seu lado o antigo cavaleiro tauromáquico Nuno Pardal, actual presidente da Associação Nacional de Toureiros e do Fundo de Assistência dos Toureiros Portugueses. Também Pedro Frazão, actual vereador da Câmara de Santarém e candidato a deputado, tem mantido a defesa da tauromaquia como uma das suas bandeiras. Quanto ao líder do Chega, continua a ser uma incógnita.
O partido Iniciativa Liberal não manifestou até hoje qualquer posição favorável ou contrária ao espectáculo tauromáquico. O seu líder João Cotrim de Figueiredo chegou a assistir a corridas de toiros no Campo Pequeno nos anos (2010 e 2011) em que foi director-geral da TVI e por si passava a organização da corrida anual dessa estação televisiva. Mas desde que enveredou na política, não manifestou ainda qualquer posição em relação à tauromaquia. E essas suas presenças nas touradas do Campo Pequeno, mais a nível profissional do que propriamente por gosto pessoal, não fazem dele um defensor da Festa Brava.
O Partido Comunista, por seu turno, tem manifestado a vários níveis o seu apoio à tauromaquia - quer no Parlamento, votando contra as investidas do PAN; quer a nível autárquico, onde os seus presidentes de Câmara sempre têm apoiado as corridas de toiros.
Perigoso, mas felizmente a perder força de dia para dia, continua a ser António Costa e o seu Partido Socialista, que já não tem entre os seus deputados, e agora entre os candidatos, personalidades que continuam a ser grandes defensores da tauromaquia, casos de Manuel Alegre e de João Soares.
Caso ganhasse as eleições - cenário que de dia para dia parece cada vez menos provável -, Costa governaria com o PAN e certamente iria ceder às pressões anti-taurinas do partido de Inês Sousa Real.
Sabe-se, inclusivamente, que o PS tem entre mãos um projecto de lei para obrigar ao uso de velcro nos toiros e acabar com o sangue e as bandarilhas, estilo "ou querem assim ou acaba-se com as touradas".
Posto isto, é importante que se faça uma reflexão e se vote em consciência e em favor da continuidade da nossa Festa. É importante que se vote, sobretudo, contra Costa e o PS.
Fotos M. Alvarenga e D.R.
Fernanda Velez com Rui Rio. Se o PSD ganhar, como tudo indica, essa eleição será positiva para a tauromaquia |
Cotrim de Figueiredo (Iniciativa Liberal) aplaudindo no Campo Pequeno quando era director-geral da TVI |
Votem em todos, menos nestes dois! |