Miguel Alvarenga - António Martín Maqueda nasceu em Sevilha há 122 anos. Foi o mais português de todos os sevilhanos, viveu praticamente toda a sua vida em Portugal e foi o estrangeiro que mais fez, ao tempo, pela nossa cultura. Ilustrou nos últimos anos de vida as crónicas taurinas de Nizza da Silva e Saraiva Mendes no “Diário Popular” e deixou obra feita, também, a publicação de vários livros sobre a Tauromaquia Portuguesa - e um dia desenhou-me também a mim. Morreu em Agosto de 1989 em Lisboa com 87 anos. Recordamo-lo e rendemos-lhe homenagem no 122º aniversário do seu nascimento.
Nascido em Sevilha a 30 de Outubro de 1900, António Martín Maqueda veio viver para Portugal quando eclodiu a Guerra Civil no seu país. Crítico, pintor e escritor do tema tauromáquico, começou por residir na cidade do Porto, onde durante vários anos desenhou os monumentos e as tradições portuguesas, deixando um espólio valioso que foi reproduzido em postais e gravuras e esteve patente em inúmeras exposições de pintura.
Grande aficionado e conhecedor da arte tauromáquica, exerceu as funções de crítico em diversos jornais, onde deixou também os seus desenhos, casos do espanhol “Apuntes” e do português “Diário Popular”, onde a partir de 1961 ilustrou semanalmente as crónicas de Nizza da Silva e posteriormente as de Saraiva Mendes.
Durante vinte e cinco anos escreveu também no jornal “O Primeiro de Janeiro”, do Porto, onde ilustrou com os seus apuntes muitas crónicas tauromáquicas. Colaborou também no “Diário Ilustrado”.
Começou a ilustrar críticas tauromáquicas no diário “El Liberal” de Sevilha em 1925 e posteriormente colaborou também nos jornais “Crónica”, “ABC”, nas revistas “El Ruedo”, “Toros”, “El Burladero” e “Dígame”, entre muitas outras publicações.
Escreveu vários livros de temática tauromáquicas, sendo os mais célebres “Ganadarias Portuguesas”, “A Vida do Toiro”, “Sabe Ver uma Corrida de Touros?” e “Portugal Artístico Tauromáquico”, este com prefácio de Vitorino Nemésio.
Foi, ao longo de toda a sua vida, “um dos estrangeiros que mais fez pela cultura portuguesa”, como recorda António Manuel de Moraes no capítulo que lhe dedica no livro “A Praça de Toiros de Lisboa - Campo Pequeno” (1992).
Martín Maqueda foi galardoado nos anos de 1945, 1946 e 1958 pela Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa e também recebeu honrosa distinção da Associación de Pintores e Escultores de Madrid, entre outras.
António Martín Maqueda, que era um grande apaixonado pelo nosso país, morreu em Lisboa em Agosto de 1989 com 89 anos de idade.
Poucos anos antes, enquanto membro fundador da Tertúlia Tauromáquica D. Miguel I, prestei-lhe homenagem, juntamente com os meus companheiros dessa aventura Vitor Escudero, João Pedro Cecílio e José da Cunha Mota, homenagem essa que decorreu numa instituição lisboeta e constou de uma conferência - durante a qual Martín Maqueda me desenhou, estava eu sentado na mesa, apunte esse que guardo como relíquia única (em baixo).
Guardo também o quadro que meu Pai comprou há uns anos num antiquário e que me ofereceu pouco antes de morrer (em baixo) - no qual Martín Maqueda imortaliza Mestre João Branco Núncio na corrida de celebração dos seus 50 anos de toureio em 1973 no Campo Pequeno, desenhos que foram ao tempo dados à estampa no “Diário Popular”.
Fotos D.R.
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| Miguel Alvarenga desenhado por Martín Maqueda (anos 80) |
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| Mestre Núncio na corrida dos 50 anos de alternativa em Lisboa. |
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| Outro quadro de Martín Maqueda |
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| O seu último livro, com prefácio do Prof. Vitorino Nemésio |
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| Um dos melhores livros de Maqueda |
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| Nos últimos anos de vida, ilustrava as crónicas de Nizza da Silva e Saraiva Mendes no jornal "Diário Popular" |
