Escrevo-vos desde a capital espanhola, onde vim passar uns dias e recarregar baterias depois do final de uma temporada de que ainda não me dei ao luxo de fazer balanços, mas que foi mais ou menos igual a tantas outras, apenas diferente das duas últimas, as da pandemia. Este ano, houve corridas a mais... e novidades a menos...
Ficou praticamente tudo como estava. Triunfaram os primeiros (que são os mesmos há já alguns anos), houve uma ou outra explosão entre os novos e vieram o espanhol Andrés Romero e o mexicano Emiliano Gamero alegrar as hostes com a diferença e a frescura que faltavam à malta...
Entre a rapaziada nova, sobressaíram Joaquim Brito Paes, António Telles (filho), Tristão Telles de Queiroz e Duarte Fernandes (que lamentavelmente toureou pouquíssimo entre nós e faz falta para que exista competição).
No toureio a pé, reafirmou "Juanito" o seu estatuto de nova estrela, mantiveram as suas posições Manuel Dias Gomes, "Cuqui" e António João Ferreira, apareceu pouco João Diogo Fera e apontaram novos rumos ao futuro o já consagrado novilheiro Diogo Peseiro, nosso próximo matador (novidades em breve), o também lutador João D'Alva; e o jovem Gonçalo Alves, de quem muito se espera.
Mas não vim hoje aqui fazer balanços. Se os fizer, será numa próxima oportunidade.
Este defeso segue em ritmo de pasmaceira (por um lado, pode ser bom sinal) no que à Dança dos Apoderados diz respeito. Moura Caetano será, dos cavaleiros da frente, o único que em breve terá novidades. Nestes dias em que tenho estado por Madrid, não li sites, nem soube notícias. Desliguei do mundo (taurino), que é mesmo a única forma de ter descanso. Mas sei que Moura Caetano está a um passo de ser apoderado pelo empresário António Nunes muito provavelmente em parceria com Luis Miguel Pombeiro... Se ainda não foi anunciado, tomem nota, que o pode ser dentro de pouco tempo...
Pombeiro deverá continuar ao lado de Duarte Pinto (uma união que já é histórica pelos anos que tem durado), mas pode não continuar com Joaquim Brito Paes. Ainda não se sabe...
A temporada terminou com algumas "guerrilhas" de bastidores. Rui Bento está agora mais distante de Luis Miguel Pombeiro. E também mais distante de António Nunes. Tão amigos que eles eram, não acredito que não continuem a sê-lo. Vamos dar tempo ao tempo...
Há dias, em Lisboa, encontrei José Luis Zambujeira e João Anão Madureira a almoçar, recatados, no restaurante "Ti Lurdes" da Av. Óscar Monteiro Torres, a dois passos do Campo Pequeno. Traçavam planos... talvez para a Moita...
Nesse mesmo dia, no restaurante "Carne Alentejana", na praça do Campo Pequeno, almoçavam também António Nunes e Luis Miguel Pombeiro. Traçavam planos, também...
E já que falei de António Nunes, o mano José estreia-se em 2023 como apoderado do matador António João Ferreira, mas pode não ficar só por aí... Segredam-me que anda também um (valoroso) cavaleiro na calha para o ter como manager...
Ricardo Levesinho andou meio agitado na última semana, depois de o "Farpas" ter falado da existência de um video de uma caldeirada na Feira da Golegã. Mas não tinha Ricardo razões para andar tão apreensivo. Afinal, ele foi, apenas e só, um mero espectador (o video está aí para o provar), mais o mano Rui, de uma "cena canalha" que teve por cenário o Bar "Coparias", onde vários indivíduos agrediam um homem. O famoso empresário aparece no filme no meio da confusão, mas sem qualquer envolvimento nela... Enfim, coisas que acontecem a quem se aventura a ir à Feira das Vaidades, perdão, da Golegã...
Alguém me consegue explicar por que razão um cavaleiro como o meu querido Filipe Gonçalves desapareceu este ano do mapa, toureou tão poucas corridas e ninguém mais o viu, como era costume (e merecido) nas primeiras praças e nos principais cartéis?... Não estará o Filipe a precisar urgentemente de um bom apoderado?...
E, já agora, porque razão pegaram tão pouco esta temporada grupos de forcados de tão bom nome como, por exemplo, os de Lisboa e os do Aposento da Moita?...
O Campo Pequeno teve este ano apenas quatro corridas... com a desculpa de que havia muitos concertos adiados do tempo da pandemia e faltavam datas para touradas. Em 2023, já o disse Pombeiro, vão voltar a ser outra vez quatro corridas. Desta vez qual é a desculpa? Ou não há mesmo desculpa nenhuma e a intenção é acabar de vez com as corridas na capital?...
Eu estou a fazer a pergunta - dirigida a quem de direito. A ProToiro já fez alguma pergunta sobre este assunto a quem tinha a obrigação de o fazer? Já deixaram perder Viana do Castelo, Póvoa de Varzim e Setúbal. Vão deixar perder também o Campo Pequeno?...
Vão todos "cantando e rindo" e a realidade é que não vejo ninguém preocupado a sério com o assunto...
O Maestro Moura cumpre em 2023 a bonita soma de 45 anos de alternativa. Dizem-me que já começou a fazer uma dieta rigorosa. E que vai voltar a tourear seis toiros - em Portalegre, no final da temporada, pela Feira das Cebolas. Outros festejos irão surgir. Provavelmente outro jantar de gala para celebrar a efeméride. Vamos nisso?...
Estamos a pouco mais de uma semana da data final para a entrega de propostas para o concurso de adjudicação da Moita, a única praça importante que este ano é "leiloada". Dizem-me que os estatutos da Sociedade Moitense de Tauromaquia obrigam a levar a praça a concurso de quatro em quatro anos e que só por isso não foi renovado o contrato à Tauroleve de Ricardo Levesinho...
Mas a verdade é que, no curtíssimo comunicado em que anunciava a realização do dito concurso, a Sociedade Moitense de Tauromaquia teceu rasgados elogios ao trabalho levado a cabo por Levesinho, assim como quem diz "temos que fazer concurso, mas é ele quem fica na mesma". Será?... Oxalá que sim. Sempre ouvi dizer que não se deve mexer em equipa vencedora...
E agora que estamos no defeso, prometo que voltarei com mais assiduidade a contar as coisas que eu sei. E sei tantas! Mas hoje fico-me por aqui. Tenho aqui em Madrid umas cañas à minha espera..