Morreu, com 31 anos, vítima de cólica, o célebre cavalo "Labrit" de Pablo Hermoso de Mendoza, último representante daquela famosa quadra que marcou a época de ouro do rejoneio e a erupção como lenda do seu cavaleiro.
Cavalo luso-árabe, o "Labrit" era filho do "Novilheiro" e tinha o ferro do criados português Arsénio Cordeiro, tendo chegado à quadra de Pablo Hermoso em finais do ano de 1997. Debutou a 8 de Fevereiro do ano seguinte em Morón de la Frontera, ainda com o nome provisório de "Alquimista" e na segunda actuação em Leganés foi baptizado com o nome de Rey Navarro Juan de Labrit.
Pablo Hermoso recorda-o como "um cavalo muito completo, que pôde tourear de saída como outros o fazem no segundo tércio. Combinou a sua grande rapidez com o seu extraordinário sentido de temple, o que, aliado ao seu enorme valor, lhe permitiu realizar os quiebros mais autênticos, arriscados e exactos que se viram no tércio de saída".
"Com 'Labrit' consegui pisar uns terrenos que com outro cavalo nunca havia pisado", recordou ainda o rejoneador.
Esses riscos pagam-se e, assim, "Labrit" foi o cavalo com que Pablo Hermoso sofreu dois dos acidentes mais graves da sua carreira. O primeiro foi em Madrid em 19 de Maio de 2001, frente a um toiro de Flores Tassara que colheu o cavalo pelos peitos e o derrubou, sofrendo Pablo uma grave lesão num braço e rotura do perónio.
"Labrit" ombreou, ao tempo, com os célebres "Cagancho", "Chicuelo", "Martincho", "Gallo" e "Mazantini", formando aquela que foi uma das melhores quadras dos últimos anos. Viveu 14 anos em liberdade, depois de ter deixado de actuar.
Fotos D.R., Ramírez e Arjona