Miguel Alvarenga - Nuno Santana e Leonardo Mathias, os cabos dos consagrados grupos de forcados Amadores de Alcochete e Amadores do Aposento da Moita (na foto de cima, cumprimentando-se ao início do festejo), seguiram ontem a tradição antiga de pôr o futuro à prova, não mandando os veteranos saltar à praça, por se tratar de um festival (mesmo duro, como foi este, pelo poder e pelo trapio dos novilhos-toiros de Silva Herculano, mais próprios de uma corrida do que de um festival taurino), mostrando as novas estrelas dos dois grupos e deixando a mensagem de que ambos têm a continuidade assegurada através de novos valores que prometem dignificar e honrar as jaquetas que envergam.
Foi bonito e foi surpreendente verificar ontem o excelente trabalho dos dois brilhantes cabos na nada fácil tarefa de formar novos forcados e desta forma continuar a escrever a gloriosa história que os dois grupos vêm escrevendo há tantos anos.
Os Amadores de Alcochete e os Amadores do Aposento da Moita têm, como ontem vimos, sangue novo nas suas fileiras. Foram seis os novos forcados dos dois grupos que ontem foram à cara dos novilhos-toiros de Silva Herculano, que não complicaram, à excepção do último, que, como anteriormente referi, ensarilhou no momento da reunião, mas que tinham músculo e força e alguns derrotaram forte mal sentiram os forcados na cara.
Três brilhantes pegas ao primeiro intento fizeram os anfitriões de Alcochete por intermédio de João Dinis, de João Pedro e de Daniel Ferraz, com todos os companheiros a ajudar, coesos e em força, na perfeição.
Os do Aposento da Moita fizeram duas pegas à primeira - em que foram caras João Freitas e José Maria Duque, este na sexta pega do festival, a melhor e mais emotiva da tarde, a receber muito bem, a tourear com arte e poderio a complicada investida do novilho e a fechar-se com braços de ferro e tremenda decisão - e uma à segunda tentativa, a quarta, por intermédio de Rafael Silva, que sofreu violento derrote na primeira, mas depois se fechou com galhardia ao segundo intento.
Todos os forcados deram volta à arena com os cavaleiros, só José Maria Duque foi sózinho à praça por Tristão Telles de Queiroz não ter querido dar a volta. O jovem forcado é sobrinho do antigo cabo do grupo Manuel Duque, filho de seu saudoso irmão Francisco - meu querido e recordado amigo de tantas vivências, sobretudo nos tempos difíceis do PREC.
Fique agora com as sequências das seis brilhantes pegas dos forcados do futuro ontem em Alcochete. Depois de já termos dado à estampa há momentos a detalhada análise de Miguel Alvarenga, mais logo, ao longo deste dia de domingo, vamos mostrar-lhe os melhores momentos das lides dos seis cavaleiros e depois, também, as fotos do Famosos que ontem encheram dois terços da lotação da praça num festejo a favor dos Bombeiros Voluntários que constituiu uma abertura auspiciosa de uma temporada que vai ter grandes surpresas em Alcochete.
Fotos M. Alvarenga
João Dinis (Alcochete) fez a primeira grande pega da tarde, brindada aos Bombeiros Voluntários |
Segunda pega foi brilhantemente executada por João Freitas (Apos. Moita), que também brindou aos Bombeiros |
Arte e poderio na terceira pega da tarde, por João Pedro (Alcochete), que brindou ao futebolista Gonçalo Guedes |
Rafael Silva (Apos. Moita) brindou aos empresários a quarta pega da tarde, que consumou à segunda tentativa. Ao desfazer a pega, escorregou e foi alcançado pelo novilho, felizmente sem consequências |
Daniel Ferraz (na foto de cima, com António Prates e o ganadeiro Silva Herculano) consumou à primeira a terceira e última pega do Grupo de Alcochete, que brindou ao aficionado presidente da Câmara |
José Maria Duque (Apos. da Moita) fez a grande pega da tarde, que brindou aos antigos forcados do grupo |