domingo, 11 de agosto de 2019

José Falcão morreu há 45 anos na Monumental de Barcelona

4 de Agosto de 1974: a última corrida que toureou em Portugal, na praça da
Figueira da Foz, com Chibanga, oito dias antes de ser mortalmente colhido
(dia 11) na Monumental de Barcelona
Dois meses antes de morrer em Barcelona, José Falcão estoqueou um toiro
da ganadaria Oliveira Irmãos no Campo Pequeno na Corrida TV, em que
alternou com Amadeu dos Anjos e os cavaleiros Mestre Batista e Luis Miguel
da Veiga, tendo sido o último toureiro a matar um toiro na arena de Lisboa


José Falcão morreu há 45 anos, colhido na Monumental de Barcelona pelo toiro "Cuchareto", número 12, de 506 quilos, da ganadaria de Hoyo de la Gitana.
O famoso toureiro vilafranquense, único matador de toiros português vítima de colhida mortal, era natural de Povos (Vila Franca de Xira), tinha 30 anos no dia em que morreu (11 de Agosto de 1974).
Oito dias antes (domingo, 4 de Agosto) toureara com Ricardo Chibanga na praça da Figueira da Foz (foto ao lado), sua derradeira actuação em Portugal, onde em Junho desse mesma ano estoqueara um toiro no Campo Pequeno. Foi também o último matador de toiros a matar um toiro na arena de Lisboa.
Novilheiro de renome, que formou ao tempo histórica parelha com o eborense Óscar RosmanoFalcão era o mais emblemático representante do toureio a pé nacional em Espanha.
Recebera a alternativa a 23 de Junho de 1968 (há 51 anos) na Feira de Badajoz, apadrinhado por Paco Camino na presença de Francisco Rivera “Paquirri", que anos mais tarde viria também a ser vítima de colhida mortal em Espanha.
José Falcão sofreu a grave cornada na femoral quando batiam as sete menos dez da tarde de 11 de Agosto do ano da nossa "revolução". Alternava nessa corrida em Barcelona com os matadores espanhóis Manolo Cortés e Paco Bautista e com o rejoneador Álvaro Domecq.
Foi Domecq quem primeiro saltou à arena a acudir o matador português, procurando estagnar-lhe com a mão a tremenda hemorrogia no caminho que decorreu entre a arena e a enfermaria. Mal o deitaram na mesa de operações, José Falcão dirigiu estas palavras ao famoso cavaleiro: "Gracias, Álvaro, muchas gracias".
Estava consciente da gravidade da cornada. Depois virou-se para o Dr. Olivé, que se preparava para o operar e pediu: "Doutor, duérmame" (adormeça-me). E adormeceu para sempre. Morreu às onze horas e dez minutos dessa noite.
Casara no Inverno anterior e não chegou a conhecer a filha, que nasceria poucos meses depois da tragédia. Inicialmente sepultado em Barcelona, o corpo de José Falcão foi trasladado anos mais tarde para o cemitério de Vila Franca de Xira, onde repousa desde então em paz.

Fotos D.R.