O jornalista Manuel Andrade Guerra (foto ao lado), correspondente em Portugal da revista espanhola "Aplausos", faz na edição da última semana um muito lúcido e brilhante balanço da actividade dos cavaleiros lusos na temporada portuguesa de 2019, destacando como maior triunfador do ano o cavaleiro João Moura Júnior.
"A ascensão de João Moura Jr. não é uma novidade, pois já se vem verificando há várias temporadas, convertendo-se no máximo triunfador da temporada portuguesa. Moura Jr. foi capaz de alcançar êxitos em praticamente todos os seus compromissos, apontando ao difícil posto de continuador da histórica trajectória de seu pai, o eterno Niño Moura", escreve o jornalista a abrir um texto que ocupa quatro páginas da revista, ilustrado com belíssimas fotos do repórter João Silva.
E acrescenta:
"Mas esses feitos relevantes não significam, nem muito menos, que o maestro João Moura tenha colocado um ponto final na sua gloriosa carreira de quarenta e um anos de alternativa. Ao contrário, aprecia-se-lhe em todo o momento uma ambição desbordante, umas ganas renovadas que surpreenderam até os seus mais fiéis seguidores. Por mérito próprio, segue entre os triunfadores da última campanha em arenas lusas, que aqui destacamos sem preocupações estatísticas. Miguel Moura realizou algumas faenas importantes, ainda que sem a dimensão alcançada por seu irmão mais velho".
Andrade Guerra referencia ainda o maestro António Ribeiro Telles como "outro destacado triunfador da última temporada" e, "da mesma dinastia, mas de outra geração", releva "a elegante sobriedade" de Manuel Telles Bastos e "o toureio impactante" de João Ribeiro Telles, dois cavaleiros que "avançam de forma consistente nas suas trajectórias artísticas".
Destaque também, no seu artigo, para o veterano Luis Rouxinol que "mantém o posto de privilégio que conquistou depois de décadas de luta e progressão técnica" e para seu filho, Luis Rouxinol Jr., que "subiu com firmeza alguns degraus afirmando uma precose segurança ante os toiros", bem como para Rui Fernandes, que "fez um circuito não demasiado extenso, sumando datas importantes e boas actuações dentro do seu estilo pessoal, sempre espectacular".
No sector feminino, Andrade Guerra afirma que se destacou de novo "a elegância de Ana Batista num período de plena maduridade".
O jornalista dá relevante destaque à "surpresa de João Salgueiro" (com uma actuação extraordinária no festival de início de temporada na Chamusca) e à "classe de Paulo Caetano" (que em Elvas, na corrida de homenagem a Bastinhas, reafirmou "os seus modos elegantes e o temple únido que ninguém esquece"), frisando que "os dois maestros preservam as virtudes que há muito se lhes reconhecem".
Sobre as novas figuras do toureio equestre, Andrade Guerra enumera Francisco Palha, que fora protagonista da temporada 2018, dando continuidade em 2019 aos seus triunfos, "ainda que sem alcançar o nível precedente", mas que continua a ser um valor em que "a aficion continua a acreditar"; João Moura Caetano e Duarte Pinto, que "deixaram já o grupo das promessas e se consagraram como figuras de primeira linha"; Salgueiro da Costa, que "deu definitivamente o salto à zona alta do escalafón, algo que já era previsível, atendendo às enormes virtudes que vinha revelando desde muito cedo"; e Marcos Bastinhas que, no primeiro ano após a morte de seu pai, "encontrou forças e ânimo para dar um importante passo em frente, apurando o seu estilo, sem se distanciar do toureio vibrante que fez do seu progenitor o cavaleiro mais popular de Portugal".
No que respeita aos rejoneadores espanhóis que em 2019 actuaram em Portugal, Andrade Guerra referencia neste seu balanço e muito concretamente na parte em que dedica à temporada do Campo Pequeno, a "boa saúde artística do rei dos rejoneadores, Pablo Hermoso de Mendoza" e a surpresa que constituiu a apresentação do seu "legítimo herdeiro, Guillermo Hermoso de Mendoza, que deixou muito boas sensações no público português e armou um 'alboroto' na sua confirmação da alternativa em Lisboa".
Fotos Aplausos/João Silva
