O escândalo que ontem abalou as hostes do partido Chega e também as do mundo tauromáquico e que tem como protagonista o antigo cavaleiro Nuno Pardal, de 54 anos, presidente (demissionário desde 2022, mas ainda em funções) da Associação Nacional de Toureiros e do Fundo de Assistência dos Toureiros Portugueses, é nesta sexta-feira (infelizmente!) tema de capa em alguns dos principais jornais nacionais (em baixo).
Nuno Pardal foi décimo na lista de candidatos do Chega às eleições legislativas pelo círculo de Lisboa, mas não foi eleito. Se fosse, hoje era mais um deputado a menos que o partido de Ventura tinha no Parlamento, depois de Miguel Arruda, o açoreano do caso das malas.
Militante nº 547 do Chega, o antigo toureiro é divorciado e pai de dois filhos e era deputado municipal e vice-presidente da Distrital de Lisboa do partido, cargos de que ontem se demitiu.
O processo do Ministério Público em que é acusado de dois crimes de prostituição de menores agravados, um de forma consumada e outro na forma tentada, refere que Pardal terá tido um encontro para sexo com um rapaz de 15 anos que conhecera na aplicação Grindr (em cima), uma plataforma de encontros gay. Nuno Pardal não desmente o encontro com o rapaz, defende-se, certamente aconselhado pelo advogado, alegando que "não sabia que ele tinha 15 anos"...
O processo tem ainda outro arguido, o piloto Carlos Conde de Almeida, de 76 anos, conhecido pela aterragem da avioneta que pilotava na praia Costa da Caparica, acidente que causou a morte a um idoso e a sua neta. Terá pago, segundo a acusação, 50 euros por sexo ao mesmo menor de 15 anos. Pardal, segundo o MP, pagou 20 ao jovem através de uma transferência de MB Way.
Entretanto, no meio tauromáquico, cresce a indignação e a revolta face ao silêncio das associações representativas da classe taurina, sobretudo da Associação Nacional de Toureiros e da Federação ProToiro - que ainda não vieram a terreiro pronunciar-se sobre tão grande escândalo.
"É inadmissível e é incrível que o presidente, mesmo que demissionário, da Associação Nacional de Toureiros, esteja acusado de um crime tão grave e os toureiros estejam todos em silêncio. Nem comentam, nem condenam, nem ao menos lamentam... são todos cúmplices? Estão todos com medo de quê?" - questiona um conhecido empresário tauromáquico, indignado com tantos silêncio comprometedor da classe tauromáquica.
Fotos D.R.
"Expresso" - edição desta sexta-feira |
"Correio da Manhã" de hoje |
O caso também na capa da edição de hoje do "Jornal de Notícias" |
"Diário de Notícias" desta sexta-feira |