terça-feira, 22 de abril de 2025

Santa Eulália, altar de uma aficion tão especial - no sábado, lá estaremos outra vez!

Miguel Alvarenga - Há um ano fui à praça de Santa Eulália, bonita, acolhedora, super bem cuidada, onde não ia há muitos anos. Terra de José Tello Barradas, uma referência da tauromaquia que tive a honra de ter por amigo e que admirava pela sua inteligência, pela sua sabedoria, pela maneira simples e despretensiosa com que contava as histórias das suas vivências com os toureiros grandes do seu tempo, muito em particular com João Núncio, o Mestre, de quem era amigo e seguidor. Ambos na foto de cima, fotografados pelo saudoso Alberto Figueiredo no Campo Pequeno em 27 de Maio de 1973, na célebre corrida dos 50 anos de alternativa do Califa.

Terra de José Tello Barradas - onde seu dedicado irmão Alberto e o empreendedor empresário Luis Pires dos Santos deitaram há quatro anos mãos à obra e decidiram que o haveriam de lembrar no início de todas as temporadas com um festival taurino que passou a denominar-se Memorial José Tello Barradas. Este ano, já no próximo sábado, 26 de Abril, será a quarta edição. E vou lá estar uma vez mais.

Tinha pena de não ir, se o festival se tem efectuado, como estava previsto e a chuva não deixou, no passado dia 12, data para que estava também agendada a grande corrida do Montijo com Diego Ventura e Duarte Fernandes. Há males que vêm por bem. E nesse dia a chuva veio por bem. Ou, pelo menos, a bem de me permitir estar nos dois espectáculos. Sábado em Santa Eulália e dia 11 de Maio na Monumental do Montijo.

Santa Eulália, altar de uma aficion tão especial - escrevi no ano passado. E é verdade. O avô de José Tello Barradas foi o grande dinamizador da construção desta praça de toiros alentejana.

Alberto Barradas, que todos tratam carinhosamente por Abé, é hoje o herdeiro desta que foi a grande paixão de seu avô, o gosto pela bonita praça de toiros de Santa Eulália, e, como me disse no ano passado, "enquanto eu cá andar, haverá sempre festejos nesta praça". Há um ano, inaugurou a capela da praça de toiros.

O festival do próximo sábado é, como os dos anos anteriores, de beneficência - a favor da Associação Humanitária de Santa Eulália. E, há que referi-lo, é um dos poucos festejos taurinos de beneficência onde depois não restam dúvidas - nem suspeitas - de que o foi mesmo. Alberto Barradas e Luis Pires dos Santos apresentam sempre as contas publicamente "ao tostão".

O cartel deste ano é, como têm sido os outros, variado e com estilos para todos os gostos. Só cavaleiros e forcados. Pode ser que um dia arrisquem um festejo misto e também aqui promovam o toureio a pé.

Toureiam Luis Rouxinol, Marcos Bastinhas, Duarte Pinto, Gonçalo Fernandes, Miguel Moura e António Prates e pegam os forcados de Arronches, de Monforte e Académicos de Elvas.

Lidam-se seis toiros do ganadeiro montemorense Gregório de Oliveira.

Venham daí a Santa Eulália!

Há lugares onde, pela história daqueles que a escreveram, a Festa sem um sabor especial. E Santa Eulália é um desses lugares sagrados.

Fotos Alberto Figueiredo/Arquivo e M. Alvarenga

Alberto Barradas e sua filha Ana no ano passado na capela da
praça de toiros, acabada de inaugurar