Fernando José (texto e fotos) - Depois do sucesso da corrida inaugural, aguardava-se com grande expectativa a segunda das fabulosas nocturnas da Nazaré, o cartel era aliciante e os aficionados responderam novamente no sábado com uma praça cheia. Uma grande corrida de toiros, com momentos marcantes, plenos de emoção e entrega de todos aos artistas em praça.
A noite começou com uma merecida homenagem ao aficionado nazareno José Joaquim Pires, que durante muitos anos geriu a praça centenária da Nazaré. Além de uma lembrança da empresa Doses de Bravura, o homenageado recebeu lembranças dos cabos de três grupos de forcados e durante a corrida cavaleiros e forcados dedicaram-lhe as suas actuações. Um momento bonito partilhado também pelos aficionados nas bancadas que lhe tributaram uma calorosa ovação.
A "assinar" uma grande temporada abriu praça Moura Caetano, que pautou a sua lide pela perfeição, quer na escolha dos terrenos, quer na cravagem, quer na brega sempre com vistosos ladeios. No rosto do cavaleiro de Monforte era evidente a alegria de tourear numa praça onde o seu pai, Paulo Caetano, somou tantos triunfos.
Se no primeiro toiro esteve bem, no segundo Moura Caetano subiu a bitola sobretudo com o "Gallo", um cavalo possante, cheio de força ao qual o cavaleiro mostrou a sua raça terminando a sua função com um desfile de equitação ao som de pasodobles e aplausos vindos das bancadas.
Por sua vez, João Ribeiro Telles também não se ficou atrás e esteve com "lide preciosa" como se ouvia de um "nuestro hermano" na bancada. O cavaleiro da Torrinha passeou a sua classe, com ritmo, com perfeição em ambas as lides, com reuniões ajustadas rematadas com vistosas bregas deixando o toiro sempre bem colocado. Depois de anos de ausência, o "Ginga" deixou uma "boa mensagem" para voltar à Nazaré na próxima temporada.
Já Francisco Palha, a assinar também uma temporada com compromissos de grande responsabilidade, entrou para mostrar as suas qualidades, esteve muito bem nos compridos, repartiu o seu entusiasmo com o público, mas na fase dos curtos foi surpreendido, acabou por ser tocado várias vezes pelo toiro, fruto talvez de algum excesso de confiança, depois tentou recuperar, mas a sorte faltou-lhe. No segundo toiro, arrimou-se, já construiu uma faena em "crescendo" mostrando o seu real valor e mestria.
Frente a um bom e bem apresentado curro de toiros da ganadaria Irmãos Moura Caetano - em que bem merecia ter sido chamado o maioral à praça - estiveram três grupos de forcados que se arrimaram e assinando vistosas pegas.
Pelos Amadores de S. Manços foram para a cara Duarte Teles e João Nuno Cuco com duas grandes pegas à primeira tentativa.
Por sua vez, os Amadores de Azambuja também estiveram enormes, por intermédio de Rui Silva e o nazareno Ruben Mendes a assinarem duas pegas ao primeiro intento.
Do norte alentejano vieram os Amadores de Portalegre, com Daniel Ameixa a registar uma vistosa pega à primeira tentativa e o nazareno Diogo Parraxo a fechar-se à terceira, que se pautou por um "pegão" que mereceu fortes aplausos do público bem como dos elementos de todos os grupos de forcados.
Dirigiu bem a corrida a directora técnica Ana Pimenta, assessorada pelo médico veterinário Jorge Moreira da Silva.
Para a história fica mais uma grande noite de toiros num ambiente extraordinário deixando aos aficionados um forte "apetite" para a terceira que se realizará a 16 de Agosto.
![]() |
Moura Caetano regressou em triunfo à praça da Nazaré, reafirmando o momento ímpar que está a viver |
![]() |
Consistência e classe: João Telles em noite de apoteose |
![]() |
Ousadia e risco: a valente arte de F. Palha |
![]() |
Pegas aos toiros de Irmãos Moura Caetano estiveram a cargo dos forcados de S. Manços, Portalegre e Azambuja |