Como se já não bastasse nuestros hermanos nos terem batido aos pontos no que respeita ao toureio a cavalo, aquele que era o último grande baluarte da Festa e da tradição tauromáquica lusa, o forcado amador, saíu ontem "por baixo" na denominada "Catedral do Forcado" (Évora), claramente vencido pela exibição de um grupo de forcados do México (Mazatlán), grande triunfador da corrida nocturna efectuada na cidade-museu.
Foi dia azarado para os "tugas" das jaquetas de ramagens. Começou logo da parte da tarde, na II Festa do Forcado, que registou uma enchente nas bancadas - e na trincheira! valha-nos Deus! - pelo facto de as entradas serem gratuitas. Lamentavelmente, a segurança de serviço na Arena D'Évora não permitiu aos repórteres do "Farpas" ali de serviço, Solange Pinto e João Dinis, o acesso à praça (e à trincheira, do nosso fotógrafo), razão pela qual nem aqui, nem no jornal na próxima quinta, podemos publicar imagens deste festejo. Estiveram em praça 43 grupos de forcados membros da Associação Nacional de Grupos de Forcados (ANGF), entre os quais aqueles que são os mais consagrados do país. Mesmo assim, chegaram os açoreanos da Tertúlia Tauromáquica Terceirense e venceram o Torneio de Cernelhas. Foi o primeiro "enxovalho" para os pegadores continentais. Mesmo assim e por não ter deslocado todos os seus elementos a Évora, o grupo terceirense viu-se impedido de pegar na corrida da noite (posto que conquistou pela vitória nas cernelhas), dando assim lugar ao Grupo de Alter do Chão, que ficara em segundo lugar.
À noite, com meia casa preenchida (bilhetes a 40 euros!...), deu-se o segundo "enxovalho": o grande triunfo foi dos Forcados Amadores de Mazatlán (México), na foto. Foi preciso virem os mexicanos para mostrar na "Catedral" como se pegam toiros de verdade!
Um dia para esquecer no historial dos forcados lusos, que um dia destas ainda deixam fugir o ceptro para o México...
Foto D.R.