João Duarte, Rogério Travessa, Mateus Prieto e Cláudio Travessa: equipa a postos para a nova temporada! |
Preparando-se para Ajalvir, treinando com o rojão de morte |
Nova equipa, novos cavalos: "Pode ser um ano de grande evolução" |
"Estou cheio de ilusão e muito moralizado para os grandes desafios desta temporada, sobretudo em Espanha!" |
Mateus Prieto: "Não tenho pressa de tomar a alternativa..." |
Rogério Travessa tomou a alternativa há 17 anos na desaparecida Monumental de Cascais. Ontem, no tentadero, preparando uma nova montada |
Pai Travessa, felizmente a recuperar do "incidente de percurso" que sofreu |
Mateus Prieto ontem em Salvaterra com Rita Barreiros |
Com equipa nova, cavalos a estrear e,
sobretudo, enorme ilusão e imensa moral, o jovem cavaleiro praticante Mateus
Prieto dá o primeiro e importante passo na campanha de 2012 já no próximo dia
28 na Feira de Ajalvir, às portas de Madrid, actuando ao lado do mediático
Jesulín de Ubrique. Vai com calma e com a cabeça no lugar, sem pressas e sem
pensar ainda na alternativa, que pode surgir apenas em 2013. Prepara-se com
afinco para o desafio de Ajalvir e treina diariamente, como desde o primeiro
dia, em Salvaterra de Magos, na quinta dos irmãos Cláudio e Rogério Travessa -
foi aí que o entrevistámos ontem. Mateus Prieto e os seus sonhos - já a seguir.
Entrevista de
Miguel Alvarenga
- 28 de Janeiro em Ajalvir - o que
significa para ti esta data, Mateus?
- Significa o começo de uma temporada de
grandes mudanças, não só no apoderamento, como na quadra. Vai ser um ano em que
posso dar um grande salto e será na Feira de Ajalvir que vou começar.
- À boa maneira portuguesa, muita gente
se tem interrogado como foi possível que actuasses na Feira de Ajalvir, onde só
estarão dois toureiros portugueses, tu no festival de sábado e João Moura
Júnior na corrida de domingo...
- Preocupa-me pouco o que diz e se
comenta nos bastidores... É mais natural eu estar anunciado na Feira de Ajalvir
do que no coro de uma orquesta sinfónica, não? Sou toureiro, não sou cantor!
(risos). É uma honra e uma responsabilidade muito grande participar nessa
primeira feira madrilena e ainda por cima "ao lado" de João Moura
Júnior, que actua no dia seguinte, por quem tenho grande admiração e que é um
toureiro já muito mais avançado que eu, uma figura já consagrada em Espanha e
no mundo da tauromaquia. O meu novo apoderamento em Espanha estava tratado
desde o final do ano passado, mas por razões de estratégia da sua parte, só
agora deveria ser anunciado oficialmente, como o foi, nas vésperas de sairem os
cartéis de Ajalvir. A minha presença nesta feira deve-se, sobretudo e
principalmente, à aposta que em mim foi feita pelos novo apoderado espanhol. Só
tenho que, humildemente, agradecer e fazer tudo por tudo para corresponder no
próximo dia 28. Para corresponder às expectativas do público e àqueles que,
formando a minha nova equipa, em Portugal e em Espanha, acreditaram em mim.
- Moralizado para que este seja o ano
marcante na tua ainda jovem carreira?
- Estou muito moralizado e muito
incentivado com todas as mudanças e com a minha nova equipa. Se tudo correr
bem, posso viver uma temporada de grande evolução e finalmente ganhar lugar em
cartéis mais fortes e a ser também mais respeitado não só em Portugal, como
também em Espanha. Estou cheio de ilusão nesta nova etapa da minha carreira.
- São grandes os projectos sobretudo
para Espanha, vais tourear menos em Portugal?
- O meu novo apoderado espanhol, Juan
Luis Ruiz, é um taurino considerado, bandarilheiro e está ligado a um forte
grupo empresarial. O projecto que temos delineado é ambicioso e, na verdade,
tenciono basear este ano mais a minha actividade em Espanha, toureando menos,
mas em melhores corridas, em Portugal. Tourear em poucas, mas boas corridas. Em
Espanha temos um número significativo de corridas agendadas, é óbvio que não
irei tourear a Madrid, a Sevilha e às praças mais importantes, mas estou
consciente de que a evolução se faz degrau a degrau e que um dia, se Deus
quiser, lá chegarei aos grandes palcos da tauromaquia mundial. Trabalho todos
os dias para isso. Ainda agora estou a começar, há que ir devagar e com a
cabeça no lugar.
- Em Portugal, tens também novo apoderado,
o João Duarte e ainda a novidade da colaboração do antigo cabo dos Forcados do
Aposento da Chamusca, Tiago Prestes...
- Estou, como disse, muito satisfeito
com a nova equipa. Com o João Duarte estamos a trabalhar na temporada
portuguesa, já com algumas datas agendadas em corridas de algum mediatismo.
Tiago Prestes será o responsável pelos toiros, à semelhança do que acontece nas
equipas dos toureiros em Espanha e que em Portugal não é muito vulgar, mas este
ano decidimos que se trabalharia a sério e com grande profissionalismo.
Continuo com os irmãos Travessa na minha equipa, foram os meus mestres e os
meus apoiantes desde a primeira hora, renovei a quadrilha de bandarilheiros e
por isso penso que temos a equipa preparada a cem por cento para avançar. Assim
corresponda eu na arena! Vou fazer por isso, dar o meu melhor!
- Vais alternar em Ajalvir cum um dos
mais mediáticos matadores espanhóis, Jesulín de Ubrique. Já o conheces?
- Não conheço. E é uma grande honra para
mim tourear a seu lado no dia em que o vou conhecer. Já actuei com o irmão de
Jesulín, Victor Janeiro, em Espanha, mas com o Maestro ainda não.
- E novidades no que respeita a cavalos?
- Tenho dois ou três cavalos novos bons.
Tenho um Vinhas de cinco anos que pode ser um grande cavalo de bandarilhas e
uma égua de saída que é filha do "Fuzileiro", que foi de Pablo
Hermoso de Mendoza, em que também deposito enorme esperança.
- Tudo a postos, portanto, para que esta
seja uma temporada importante e decisiva para a tua carreira. Será a temporada
da alternativa?
- Não, não tenho pressa de tomar a
alternativa. Para já, não estou a pensar nisso, porque tenho muitos projectos e
muitas corridas importantes antes da alternativa. Só se fosse mesmo no final da
temporada, mas acho que os toureiros devem tomar a alternativa no início e não
no fim de uma temporada, por isso penso que será só no próximo ano.
Fotos M. Alvarenga