Campeão do escalafón português, só no ano passado somou 52 espectáculos tauromáquicos em Portugal Foto João Dinis/Arquivo |
Luis Rouxinol com o filho, que no ano passado se estreou nas arenas Foto D.R. |
Com o cunhado José Mota e o saudoso apoderado Mário Freire: a equipa anterior Foto M. Alvarenga |
Luis Rouxinol com o seu actual apoderado Francisco Penedo Foto João Dinis/Arquivo |
Miguel Alvarenga - A história de Luis Rouxinol, de seu verdadeiro nome Luis Armando Ferreira Vicente, nascido em Pegões (Montijo) em 8 de Agosto de 1968, é a história de um vencedor.
Foi o Pai, cavaleiro amador e um apaixonado por cavalos, quem lhe "pegou" a "doença".
"O meu interesse - recordou recentemente numa entrevista - começou tinha eu os meus 8 anos".
Aos 9 estreou-se numa vacada na praça de toiros de Paio Pires e com 10 anos (9 de Abril de 1978) surpreendeu tudo e todos no Campo Pequeno, numa garraiada do Liceu Gil Vicente, organizada por Maurício Vale. "Nunca tinha toureado um novilho e as coisas correram-me bem", recorda o cavaleiro que hoje é uma das nossas primeiras figuras e, há anos consecutivos, o campeão do escalafón. Só no ano passado participou em 52 espectáculos tauromáquicos.
"Muito trabalho durante o Inverno" é o seu segredo. "Treino cerca de seis a sete horas por dia para que as coisas no Verão possam resultar".
Quando decidiu que havia de ser toureiro, foi com Mestre David Ribeiro Telles e Mestre Luis Valença que deu os primeiros passos na aprendizagem da arte do toureio e da equitação. Em 27 de Maio de 1986 fez a prova de praticante na praça de toiros "Daniel do Nascimento", na Moita do Ribatejo, na mesma tarde em que a fez também João Salgueiro. E a 10 de Junho de 1987, cumprem-se esta temporada 25 anos, tomou a alternativa em Santarém, apadrinhado por João Moura, com o testemunho de Joaquim Bastinhas e Rui Salvador, na sempre recordada Corrida da Rádio Renascença, uma organização do saudoso Manuel Gonçalves, com praça esgotada. No mês seguinte estreou-se nos Açores, actuando nas corridas das festas da Praia da Vitória, ao lado de Paulo Caetano e João Carlos Pamplona, dos matadores de toiros Dámaso González, "Niño de la Capea" e Manuel Moreno e dos grupos de Forcados Amadores Lusitanos e da Tertúlia Tauromáquica Terceirense. Não parou mais e a sua carreira foi uma verdadeira escalada à custa do seu imenso valor. Rouxinol não pertencia a família taurinas, não era cavaleiro de dinastia, venceu e chegou onde chegou à custa de muito lutar e aos poucos foi conquistando a aficion e impondo a verdade do seu toureio, contagiante e de "fácil diálogo" com os espectadores, tornando-se num dos mais populares toureiros de sempre.
Inicialmente apoderado por seu cunhado José Mota, chegou depois a sê-lo pelo saudoso Alfredo Ovelha, que com Manuel Gonçalves lhe deu o chamado "empurrão inicial". Uniu-se depois a Mário Freire, falecido em Março do ano passado, que durante mais de vinte anos foi seu "manager". Depois da sua morte, passou a ser apoderado por Francisco Penedo, responsável esta temporada pela programação da comemoração do 25º aniversário da sua alternativa. No ano passado, apadrinhou a estreia nas arenas do seu filho, o promissor cavaleiro amador Luis Rouxinol Júnior - de quem muito se espera!
Fotos D.R., M. Alvarenga e João Dinis/Arquivo