Miguel Alvarenga - Numa noite marcada pelo empenho e triunfo de todos os cavaleiros (três homens e três mulheres), constantemente apoiados por um público "diferente", certamente preenchido por muitos emigrantes "sedentos" de voltar a ver um dos seus espectáculos preferidos, o cavaleiro Rui Salvador assumiu especial protagonismo com aquela que foi, sem dúvida e sem desprimor para os êxitos que todos alcançaram, a grande actuação da XIV Corrida TVI, ontem na praça do Campo Pequeno esgotada.
Vítima de violento e aparatoso "atropelo" pelo toiro de Luis Rocha, quando cravava o segundo comprido - só não caíu por milagre, como está bem patente nas fotos que aqui publicamos - o cavaleiro de Tomar agigantou-se a seguir e cravou os ferros curtos em sorte de tremenda emoção, pisando terrenos de verdade e alto compromisso.
Os anos passam, já lá vão quase trinta de alternativa, mas Rui Salvador permanece no pódium e fazendo todos dias alarde do seu enorme coração de Leão, esse que fez dele um dos primeiros do "escalafón" nacional. Atravessa uma "crise de cavalos", dizem os "entendidos". Não terá, propriamente, montadas como muitas das célebres que compuseram a sua quadra e com que fez história ao longo dos anos. Faltam cavalos? Pois "sobra" toureiro, meus amigos. A actuação de ontem marcou a corrida e reafirmou, se dúvidas subsistissem, que Salvador está como o vinho do Porto: mais velho e melhor ainda. A raça, a garra, o profissionalismo, a entrega e, sobretudo, o coração que se agiganta "picado" por qualquer adversidade, como a colhida de ontem, fazem de Rui um caso único. O seu triunfo foi o triunfo da noite, ontem, na Corrida TVI.
Olé, Toureiro!
Fotos Emílio de Jesus/fotojornalistaemilio@gmail.com