quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Polémica: toureio a cavalo "colhido" na Moita...

Jacobo Botero: jovem amador colombiano foi o cavaleiro-triunfador
da Feira da Moita, em que participaram 14 consagrados


Já quase toda a crítica comentou, criticou e opinou sobre os prémios outorgados aos triunfadores da Feira da Moita pelo júri da Sociedade Moitense de Tauromaquia - faltávamos nós!
O júri é soberano, composto, ao que me contam, por três bons aficionados - e decidiu. Está decidido.
Num certame a que, na generalidade, faltaram toiros de qualidade - entende-se que tenha ficado deserto o troféu para o "melhor toiro". Não é, propriamente, muito prestigiante para os ganadeiros lusos, mas...
João "Belmonte" é um dos melhores peões de brega da actualidade - inteiramente merecido, por isso, o prémio com que a Sociedade Moitense de Tauromaquia reconheceu o seu labor na corrida de quinta-feira.
Mais discutível é o (merecido, mas...) troféu atribuído a Cláudio Miguel pelo "melhor par de bandarilhas" num ciclo em que houve a registar também grandes pares de Pedro Gonçalves, de Luis Miguel Gonçalves e de João Pedro "Juca". Escolher só um foi "complicado"...
Merecido o prémio a Enrique Ponce pela "melhor faena" (a que realizou ao quinto toiro da corrida de domingo passado). Menos entendida a atribuição a Pedrito de Portugal do troféu como "triunfador da feira"... se a "melhor faena" foi a de Ponce...
Mais "incrível" foi ter ficado deserto o prémio para a "melhor lide a cavalo"... numa feira em que participaram em quatro corridas 14 cavaleiros, entre os quais alguns dos maiores - Moura, Salgueiro, Rouxinol, Fernandes, Rui Salvador e as niñas Ana e Sónia - e ainda três jovens na novilhada de quarta-feira e duas da principais vedetas da nova vaga - João Maria Branco e Miguel Moura.
Houve cronistas que defenderam que o prémio devia ter recaído nas duas actuações de João Maria Branco na primeira corrida e constou que o júri não lho atribuíu "por ser praticante", mas nesse caso havia a imposição de explicar que "não se atribuiam troféua a praticantes"; e houve quem defendesse que o vencedor deveria ter sido o jovem Miguel Moura.
Entre 14 destacados cavaleiros e três jovens que actuaram na novilhada - um total de 17 - ter ficado deserto o prémio para a "melhor lide a cavalo", há que reconhecer e admitir que a Sociedade Moitense de Tauromaquia e o seu júri passou um verdadeiro e arreliador "atestado de incompetência" aos nossos cavaleiros e ao nosso toureio equestre. Estará assim tão mal o toureio a cavalo em Portugal ao ponto de nenhum cavaleiro, entre os quais estavam alguns dos primeiros, se ter destacado naquela que costuma ser "a mais importante feira taurina" de Portugal? Sempre têm razão os que defendem que Pablo Hermoso de Mendoza é, de facto, o Nº 1 e mete os nossos todos "num chinelo"? Temos que pedir ao "Santo Toureiro" (foto ao lado), fotografado por Hugo Teixeira em São João da Pesqueira, que reze pelo futuro do nosso toureio equestre?...
Não foi prestigiante para o toureio a cavalo e para os cavaleiros nacionais ter ficado deserto o prémio para a "melhor lide a cavalo" na Feira da Moita. Por um lado, acabou por ser dignificante - e podem disso tirar dividendos - para alguns dos cavaleiros que não entraram no ciclo, casos dos Bastinhas, de António e João Ribeiro Telles, de João Moura Caetano, de Duarte Pinto, de Salgueiro da Costa. E por outro lado, ainda, acabou por consagrar um jovem cavaleiro amador - estrangeiro, colombiano -, Jacobo Botero, que acabou por ser justa e merecidamente distinguido com uma "menção honrosa" e assim acabou por ser, doa a quem doer, o cavaleiro-triunfador da última Feira da Moita...

Fotos Emílio de Jesus e Hugo Teixeira/diariotaurino.blogspot.com