O toureiro José Miguel Callejón (à esquerda), seu pai José António (ao meio) e o empregado quando há sete anos ouviam a leitura da sentença |
No atentado morreram vários cavalos dos irmãos Domecq e outros (nas fotos) sofreram graves ferimentos |
Mais de sete anos depois do início do julgamento dos responsáveis pelo tremendo atentado contra a quadra de cavalos dos irmãos Domecq, o Tribunal de Toledo acaba de ordenar a imediata detenção de José António Callejón, pai do rejoneador espanhol José Miguel Callejón, para cumprimento da pena de dois anos e três meses de cadeia a que foi condenado. Esgotados todos os recursos que entretanto foram interpostos, a Justiça cumpre-se finalmente.
O caso remonta ao dia 1 de Junho de 2001, quando o camion de cavalos dos irmãos Luis e António Domecq, que acabavam de tourear em Madrid, pela Feira de Santo Isidro, foi alvo de um atentado bombista num parque de estacionamento da estrada N-IV, próximo de Ocaña (Toledo), onde se encontrava estacionada enquanto os empregados dos Domecq jantavam no restaurante "Los Amigos".
Do atentado resultou a morte de vários cavalos e ferimentos graves nos restantes (fotos).
A braços com um crime sem precedentes no país vizinho, a Guarda Civil iniciou as investigações da que foi denominada como "Operação Góndola" e acabou por descobrir que o atentado fora planeado pelo pai do toureiro Callejón e executado por profissionais colombianos.
Houve, contudo, um equívoco: o alvo do atentado era o camion de cavalos do também rejoneador Sérgio Galán, com o qual José Miguel Callejón disputava, ao tempo, a liderança do escalafón (o ranking de rejoneio em Espanha). O facto de Galán também ter toureado nessa tarde em Madrid e de o seu camion de cavalos ser praticamente idêntico ao dos irmãos Domecq, justificou o engano dos colombianos.
Além do cumprimento da pena, o Tribunal condenou José António Callejón ao pagamento de uma indemnização de 505.317,44 euros aos irmãos Domecq.
Fotos D.R.