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| Ontem às portas do Estabelecimento Prisional do Linhó, exactamente três anos depois de ali ter cumprido o meu último fim-de-semana de prisão |
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| Três anos depois do último dia de prisão no Linhó, quis ontem mostrar à Ana o local onde vivi essa experiência única da minha vida! |
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| Não encontrámos nenhum guarda (dos muitos amigos que ali fiz), nem nenhum preso (entre os quais fiz grandes amigos) à mão que nos fotografasse ontem no Linhó e por isso tive que ser eu, de máquina estendida, a retratar este momento único |
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| Fevereiro de 2010: o dia da minha entrada para cumprir o primeiro fim-de-semana |
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| 27 de Março de 2011, fez ontem três anos. A noite em que os meus queridos filhos me foram esperar, pela primeira vez, ao Linhó, no momento da minha libertação, depois de ali ter cumprido a minha pena de 54 fins-de-semana de prisão aos sábados e domingos. E em baixo, duas fotos separadas por quatro anos: à esquerda, em 2010 e à direita, ontem, recordando o passado... no Linhó |
Antes e depois...
Miguel Alvarenga - Fez ontem, 27 de Março,
três anos que cruzei pela última vez os portões do Estabelecimento Prisional do
Linhó (Sintra), depois de ali ter cumprido, orgulhosamente só (mas tão bem
acompanhado!) um ano e duas semanas de prisão, aos fins-de-semana (entrava ao
sábado às 9 horas e saía no domingo às 21), por um "crime" de
"abuso de liberdade de imprensa", originado por um artigo que não
escrevi no jornal "Farpas" - mas que assumi, como Director,
recusando-me a incriminar e denunciar o autor (meu amigo).
Vivi uma experiência única e aprendi
imenso, conheci homens fantásticos, coleccionei amizades profundas, passei por
momentos únicos, passei a dar valor a coisas que normalmente não nos dizem nada
e ali dentro significam tanto.
Três anos depois daquela noite que
jamais vou esquecer em que os meus queridos filhos me foram pela primeira vez
buscar à porta do Linhó, naquela que era (até ver...) a minha última passagem
por ali, voltei ontem ao "local do crime". Quis mostrar à Ana a
realidade que vivi. Um ano depois de teres entrado na minha vida (para sempre!)
e a teres iluminado, bem como a dos meus filhos e de todos nós, adorei, Ana,
que vivesses comigo esse momento de recordação de uma fase da minha vida - em
que, felizmente para ti e infelizmente para mim, não estiveste presente. Obrigado
por teres vindo comigo ao Linhó!
Fotos Ana de Alvarenga e D.R.
