sábado, 21 de dezembro de 2019

Atentado à liberdade: atribulada corrida ontem em Cancún (México)

O empresário e antigo matador Jorge Ávila e os dois toureiros que actuaram ontem
"mano-a-mano" na atribulada corrida em Cancún, Pablo Hermoso e o matador
David Silveti, sairam em ombros no final do espectáculo
A corrida iniciou-se com uma cerimónia Maya na arena
No final, artistas e empresário derem uma ovacionadíssima volta ao ruedo
Pablo Hermoso foi aplaudido no primeiro toiro e cortou as duas orelhas ao segundo
Anti-taurino saltou de espontâneo quando Pablo Hermoso iniciava a lide do
primeiro toiro e ficou desmaiado na arena, sendo retirado pelos bandarilheiros
do rejoneador


Atribulada e marcada por gravíssimos atentados contra a liberdade, a corrida que ontem se celebrou na praça mexicana de Cancún e que celebrava o 30º aniversário da sua inauguração, decorreu do início ao fim sob fortíssima tensão, mas acabou por ser um êxito rotundo para a Festa, com a saída em ombros do rejoneador Pablo Hermoso de Mendoza, do matador David Silveti (que actuavam "mano-a-mano") e do empresário e antigo matador de toiros Jorge Ávila.
Contestada há vários dias por grupos anti-taurinos, a corrida esteve mesmo para não se realizar quando agentes policiais barricaram as bilheteiras para impedir que os muitos espectadores que se encontravam na fila comprassem as suas entradas. Face a este atentado à liberdade dos aficionados, o empresário permitiu que entrassem sem bilhete, dado a polícia não autorizar o acesso às bilheteiras.
Logo ao início do espectáculo, quando Pablo Hermoso de Mendoza iniciava a lide do primeiro toiro, um anti-taurino saltou de espontâneo, acabando por ser violentamente colhido e ficar desmaiado na arena, sendo socorrido pelos bandarilheiros do rejoneador, entre os quais o português José Franco "Grenho".
No final da lide do terceiro toiro, por Pablo Hermoso, a polícia invadiu a trincheira e viveram-se momentos de grande tensão, sem se entender se iam prender os toureiros e o empresário, se iam proteger o público, se iam impedir a continuação do espectáculo.
Foram, escreve a imprensa mexicana, "os instantes mais vergonhosos e surrealistas que nunca se tinham vivido numa praça de toiros".
A polícia não permitiu que o toiro, já morto na arena, fosse recolhido, acabando o mesmo por ser retirado do ruedo por espectadores que voluntariamente saltaram da bancada, arrastando o animal até ao túnel de acesso à porta grande.
Depois saíu o quarto e último toiro e a polícia não permitiu que entrassem no ruedo os picadores. O matador David Silveto lidou-o sem que fosse picado e no final acabou por indultar o toiro, da ganadaria Marrón, de nome "Potosino" e que pesou 550 quilos, sendo-lhe atribuídisos a título simbólico as duas orelhas e o rabo.
Pablo Hermoso foi ovacionado no seu primeiro toiro e cortou as duas orelhas ao segundo e David Silveti cortou uma ao primeiro do seu lote, indultando depois o segundo.
Antes do início do festejo, realizou-se na arena uma cerimónia Maya na presença de todos os toureiro. No final e antes da saída aos ombros, Hermoso e Silveti deram uma aplaudida volta à arena com as suas quadrilhas e o empresário Jorge Ávila.

Fotos Juan Andrés H. Mendoza e D.R./aplausos.es