terça-feira, 11 de agosto de 2020

Augusto Gomes Júnior recebeu alternativa de matador de toiros há 73 anos em Constantina

Augusto Gomes Júnior recebeu a alternativa de matador de toiros a 10 de Agosto de 1947, cumpriram-se ontem 73 anos, em Constantina (Sevilha), apadrinhado por António Bienvenida, numa tarde em que se lidaram toiros de Natera.

Cinco anos antes, a 21 de Junho de 1942, entrara para a História como sendo o primeiro novilheiro português a tourear em Espanha, na praça de Pamplona e não fosse uma grave cornada sofrida em Tafalla, que o obrigou a uma paragem de quatro anos até se encontrar totalmente recuperado, teria sido ele o primeiro matador de toiros de Portugal.

Quando recebeu a sua alternativa nesse ano de 1947, o ano trágico da morte de "Manolete", já Diamantino Viseu se tornara o nosso primeiro matador recebendo a alternativa a 23 de Março desse mesmo ano em Barcelona.

Augusto Gomes Júnior - avô do actual matador de toiros Manuel Dias Gomes e dos forcados Pedro Maria Gomes (cabo do GFA de Lisboa) e Gonçalo Maria Gomes e da grande aficionada Madalena Dias Gomes e pai de José Luis Gomes, ex-cabo dos Amadores de Lisboa - estreara-se como bandarilheiro amador na praça de Sobral de Monte Abraço (hoje gerida por seu filho) no ano de 1936, tomando a alternativa no ano seguinte no Campo Pequeno.

Um ano antes da alternativa de matador de toiros, apresentara-se na Monumental de Madrid, onde foi o primeiro diestro português a estoquear um toiro. Toureou e triunfou também no Perú, na Venezuela, em Angola e Macau, mas no ano de 1951 renunciou à alternativa de matador e trocou o outro pela prata, tornando-se de novo bandarilheiro, chegando a integrar durante vários anos a quadrilha de José Mestre Batista. Depois de se retirar das arenas, foi um dos mais competentes directores de corrida.

Nascido no Montijo a 19 de Dezembro de 1913, Augusto Gomes Júnior morreu em Lisboa com 100 anos a 3 de Outubro de 2014.

Foto D.R.

Augusto Gomes Júnior no Campo Pequeno com Miguel Alvarenga numa entrevista
para o jornal "O Diabo" quando morreu Mestre Batista, de que fora bandarilheiro.
Em baixo, numa foto do ano da alternativa, há 73 anos