quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Provedora do Animal defende que "a continuidade das touradas" só terá viabilidade com o velcro

Miguel Alvarenga - Esperei pacatamente por alguma reacção dos homens dos toiros e das instituições que os dizem representar (e, alegadamente, defender...), depois das gravíssimas (para o futuro da nossa tauromaquia) declarações de Laurentina Pedroso, a Provedora do Animal, numa entrevista ao jornal "Público" no início do ano (4 de Janeiro). Esperei e ninguém reagiu. Ninguém comentou. Ninguém fez eco das "ameaças" que a Provedora do Animal, que foi Bastonária dos Veterinários durante cinco ano, fez ao futuro das nossas corridas de toiros. E por isso venho aqui lembrá-las.

"As touradas não vão ficar iguais. Tem de se deixar de usar objectos perfurantes" - era precisamente o título da bombástica entrevista. Desatentos, os (ditos) responsáveis pelo sector tauromáquico, ou não leram ou comeram e calaram. Mas então é importante que leiam.

Numa clara defesa do tão falado uso do velcro nos toiros (desde sempre usado nas touradas na Califórnia), Laurentina Pedroso (foto de cima) afirma que "os espectáculos culturais não podem manter sofrimento injustificável dos animais" e promete lançar um debate nacional.

"A modernização das touradas permitirá a sua continuidade", afirma a Provedora do Animal, que também é directora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Lusófona.

Laurentina Pedroso defende que "a modernização das touradas" passa pelo fim das bandarilhas (objectos perfurantes), substituídas pelo velcro (foto de baixo) e que só dessa forma se assegurará "a continuidade" dos espectáculos tauromáquicos.

Recorde-se que o Partido Socialista tem há muito elaborado um estudo altamente pormenorizado e sustentado por centenas de fotos de toureiros nacionais a lidarem toiros com velcro nas praças da Califórnia - com o objectivo de propor no Parlamento uma lei que torne obrigatória essa protecção nos toiros, sem sangue.

E ninguém comenta? Ninguém diz nada?

Fotos D.R.