quarta-feira, 19 de junho de 2013

Brutal colhida de Pedro M. Gomes na Malveira foi há 10 anos

Pedro Maria Gomes fotografado pelo "Farpas"
no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, no dia em que deu
a primeira grande entrevista depois da tragédia. Bem visível
a tremenda cicatriz das duas operações a que foi sujeito
Sequência da grande e fatídica pega de Pedro Maria Gomes na Malveira em 2003
a um poderoso toiro da extinta ganadaria de Vitor Mendes, que lhe esmagou
o fígado e o deixou às portas da morte, sendo operado duas vezes. Ambas da
autoria de Emílio de Jesus, a de cima contém significativa dedicatória do autor
Pedro Maria esta semana com o seu irmão, o novilheiro Manuel Dias Gomes
Pedro Maria Gomes na noite do seu regresso às arenas, em Setembro de 2009,
seis anos depois da tragédia na Malveira; e, na foto de baixo, em 2004 no stand
do "Farpas" na II Feira do Toiro em Santarém, junto à capa do jornal em que
demos à estampa a sua grande entrevista no Hospital dos Capuchos


Passam hoje exactamente dez anos sobre a brutal colhida que deixou às portas da morte, com o fígado esmagado, o actual cabo dos Forcados Amadores de Lisboa, Pedro Maria Gomes, que há três anos sucedeu no cargo a seu Pai, José Luis Gomes, o sucessor do mítico Nuno Salvação Barreto.
A tragédia aconteceu a 19 de Junho de 2003, que era Dia de Corpo de Deus (e de imenso calor) numa corrida realizada em praça portátil na Malveira. Pedro Maria era forcado de cara numa das pegas a um poderoso toiro da já extinta ganadaria do matador Vitor Mendes. Depois de executar a sorte, permaneceu na trincheira sem sentir quaisquer sintomas e já só mesmo no final da corrida se sentiu indisposto, sendo de imediato transportado a Lisboa ao Hospital de São José. Seguiram-se 32 dias entre a vida e a morte e em que foi operado duas vezes, acabando depois por ser transferido para o Hospital dos Capuchos - onde na altura deu uma grande entrevista em exclusivo ao jornal "Farpas".
José Luis Gomes, seu Pai, recordaria numa entrevista em 2009 que o filho só se salvou "devido a intervenção divina". Seis anos depois da tragédia, a 15 de Setembro de 2009 e apesar de os médicos o terem aconselhado a não voltar a pegar, Pedro Maria Gomes regressou às lides e executou memorável pega numa corrida realizada na Feira da Moita.
Hoje, na sua página da rede social "Facebook", o valente forcado recorda o dia trágico que viveu na Malveira há dez anos com estas significativas palavras:
"Para mim foi ontem, mas já passaram dez anos. Depois desta corrida duríssima, onde houve lesões de todo o tipo, mas onde dignificámos o nosso Grupo de Forcados Amadores de Lisboa, é com muita alegria que vejo que estamos todos bem e podemos sorrir ao recordar esta corrida. Obrigado por tudo!".
Neto do primeiro novilheiro português que toureou vestido de luces em Espanha, Augusto Gomes Júnior, o jovem Pedro Maria é irmão do também valoroso forcado Gonçalo Maria Gomes e do novilheiro Manuel Dias Gomes, que hoje dedicou também estas palavras ao mano no "Facebook":
"Há dez anos, aquele toiro ia-nos dando umas das maiores colhidas que podemos ter na vida! Lembro-me de ter ido ao campo ver os toiros e dizer que eram uns 'tios' para uma praça demontável! Ainda me lembro quando chegaste à praça naquele carro encarnado do Avô, que depois passou tanto tempo parado à porta de casa. Foi uma das pegas mais duras a que assisti, mas graças a Deus conseguiste concretizar. Grande PP!".

Fotos D.R., Emílio de Jesus e M. Alvarenga