Exclusivo "Farpas"/Fotos de José Canhoto - Graças a Deus e como já todos sabemos, o acidente não teve as consequências graves que de início se temiam e o nosso António Ribeiro Telles já se encontra em franca recuperação, livre de perigo e deverá ainda hoje sair do estado de coma induzido para iniciar a fase de recuperação. Não sofreu, felizmente e ao contrário do que inicialmente saira cá para fora, nenhuma paragem cardiorespiratória e o seu estado clínico é neste momento estável e finalmente tranquilizante e animador: vamos muito em breve tê-lo de volta nas arenas!
As imagens da dramática sequência da colhida de António Telles no segundo toiro do seu lote, da ganadaria Mata-o-Demo, na arena de Reguengos de Monsaraz no último domingo, retratam bem a violência com que o toiro acometeu para o cavalo, derrubando-o e provocando também a queda de António, que sofreu uma forte contusão cerebral e ficou alguns minutos inconsciente na arena, acabando por recuperar os sentidos já na enfermaria, onde foi prontamente assistido pela magnífica equipa do Dr. António Peças, que depois o sedou para o transporte ao Hospital de Évora.
O facto de, após estabilizado pelo Dr. Peças na enfermaria da praça, ter sido transportado ao Hospital do Espírito Santo em ambulância da VMER de Évora e não de helicóptero para o de São José em Lisboa foi, à partida, um sinal tranquilizador de que o caso não era tão grave como inicialmente se imaginou.
Contudo, o aparato e a violência da colhida, causou momentos de grande dramatismo e angústia na praça de Reguengos. O Dr. António Peças, antigo forcado, foi dos primeiros a chegar junto de António, assim como o filho do cavaleiro, o também cavaleiro tauromáquico (praticante) António Telles, que não só rabejou o potente toiro de 645 quilos, como o chegou mesmo a enfrentar num quite a corpo limpo, bem patente nas imagens.
José Canhoto, consagrado repórter alentejano, é o autor destas que são as únicas fotos do drama de domingo em Reguengos de Monsaraz - um documento jornalístico de um acidente ocorrido numa praça de toiros e que mostra bem o perigo e o risco desta arte secular.
Recorde-se que ainda há dois anos houve grande polémica com a publicação no jornal "Correio da Manhã" das fotos da colhida de João Moura Jr. e do seu cavalo (que acabou por morrer) em Coruche e alguns repórteres fotográficos chegaram mesmo a dar à estampa um comunicado em que defendiam a não publicação de imagens de acidentes em praça.
Mas a tragédia - graças a Deus, neste caso, não foi uma tragédia, dado António Ribeiro Telles se encontrar a recuperar muito favoravelmente - faz parte desta profissão de risco, tal como os triunfos. António foi, ao longo da sua história carreira de glória, vítima de várias colhidas. Esta foi apenas mais uma. Envolta em grande dramatismo, pelo aparato e a violência que teve, mas felizmente sem as consequências graves que todos imaginavam.
Força, António!
Fotos José Canhoto