domingo, 30 de abril de 2023

O que disse a crítica espanhola da actuação do nosso António Telles ontem em Sevilha

Na generalidade, a prensa espanhola tece rasgados elogios à presença do Maestro António Ribeiro Telles (na foto de cima, com seu filho António) ontem, pela primeira vez ao fim de 40 anos de alternativa, na Real Maestranza de Sevilha, onde abriu praça pela frente dos matadores Morante de la Puebla, Cayetano Rivera Ordoñez e Ginés Marín, lidando um toiro da ganadaria Passanha e sendo ovacionado no final da sua actuação.

Até o exigente Zabala de la Serna, do jornal "El Mundo", para quem nunca nada está bem - e ainda na semana passada brindou uma digníssima actuação de Rui Fernandes na mesma praça apenas com duas linhas (depreciativas, ainda para mais) no último parágrafo da sua crónica (falta de respeito pelos 25 anos de carreira gloriosa do grande ginete luso) -, louvou agora a presença de António Telles com estas palavras:

"O cavaleiro António Ribeiro Telles, da gloriosa dinastia portuguesa, debutou na Maestranza aos 40 anos de alternativa. Vestido à Federica, muito sóbrio, cravando ao estribo, brindou ao génio (Morante) e deu uma aula de rejoneio (toureio a cavalo) do século passado".

Para Jesús Bayort, do jornal "ABC", "muito à portuguesa foi toda a actuação de António Ribeiro Telles, a quem anunciavam como um dos grandes maestros do toureio a cavalo luso. De inegável patriotismo na sua vestimenta, no seu estilo e na sua inexperiência com a espada (rojão de morte)".

E acrescenta: "Negava-se a baixar do cavalo para o descabelho, com o animal moribundo depois da queda, que finalmente caiu de aborrecimento. Aí, baixou-se o grande maestro, com o auxiliar evidenciando o circuito habitual, levando o cavalo pelas rédeas até ao pátio de quadrilhas. Aí terminava a experiência de Ribeiro Telles na Maestranza, que comemorava quatro décadas de alternativa neste seu debute sevilhano".

Patrícia Navarro, no jornal "La Razón", menos simpática para com o Maestro português, refere que António protagonizou na comemoração em Sevilha dos seus 40 anos de alternativa "uma faena de celebração de boas intenções, mas sem demasiado eco".

Fotos D.R. e Arjona/Maestranza-Pagés