quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Se os outros calam... contamos nós!

Muito meritoriamente referenciado como um dos empresários que mais marcou esta época taurina de 2025, não apenas pela temporada estrondosa da Nazaré, mas também pelos triunfos rotundos que conseguiu em Almeirim e no seu regresso à Figueira da Foz, Rui Bento terminou no início deste mês a relação de apoderamento que o uniu aos cavaleiros Luis Rouxinol e Luis Rouxinol Júnior nos últimos sete anos e neste momento já está "a tratar de nova vida" em terras de Espanha. Mas por cá também vai ter novidades muito em breve...

É certo e sabido que Rui Bento não vai cingir a sua actividade à gestão das três referidas praças e, muito provavelmente, pelo menos a mais uma - que pode vir a dar muito que falar dentro de dias... O antigo matador de toiros precisa de apoderar toureiros para subir os níveis de adrenalina ao longo de cada temporada. E não vai ficar de mãos a abanar... antes pelo contrário. Esperem para ver...

Dizem que de Espanha nem bom vento, nem bom casamento... mas a realidade é que Rui Bento foi sempre um taurino - e um toureiro - com fortíssimas e boas raízes no país vizinho, pelo que o velho ditado a ele nunca se aplicou. Rui Bento (na foto, com seu filho Rui Pedro) está desde segunda-feira em Salamanca e diz-se que de lá virá já como apoderado de uma figura do toureio a pé. Fala-se muito no matador sevilhano Juan Ortega, mas podem ser apenas e só "tiros no mar", sem se acertar no "porta-aviões"... Até final da semana, ele estará de volta. E muito provavelmente já com algumas novidades...

Por cá, também há figuras (cavaleiros) na calha... Rui Bento já teve algumas abordagens, mas só se sentará à mesa para conversações depois do fim deste mês - que acontece já depois de amanhã.

Os nomes de que mais se fala são, como já o foram há um ano, os de João Ribeiro Telles (foto de cima) e de Francisco Palha....

João Telles passou muito bem esta temporada sem apoderado, depois de se ter separado de Ricardo Levesinho. E há quem diga que pode continuar assim. Mas também há rumores de que pode finalmente unir-se a Rui Bento... de quem já andou muito próximo...

Francisco Palha já esteve em tempos perto de se juntar a Rui Bento. Diz-se que está outra vez. E, como aconteceu no defeso passado, voltam agora a surgir rumores de um divórcio anunciado com Rafael Vilhais (ambos na foto de cima). Mas, um ano mais, pode voltar a não acontecer nada... Muita parra (ou muita Palha) e pouca uva...

Quanto aos Rouxinóis, diz-se que a hipótese Rui Palma foi falso alarme e que nunca chegou a estar equacionada. Nem pelos dois cavaleiros, muito menos pelo conceituado empresário. Pai e filho já sondaram alguns conhecidos taurinos, mas ainda não se viu fumo branco nas chaminés de Pegões... nem se avistou ao longo um sucessor de Rui Bento nesta equipa.

Agora fala-se na hipótese de ser a empresa Toiros & Tauromaquia (Margarida e António José Cardoso) a apoderar os Rouxinóis e diz-se que isso podia motivar a separação de Margarida de João Moura e Tomás Moura... E fala-se também em Leandro Flores, o discreto, mas muito eficaz, apoderado de Gilberto Filipe. E também se fala de António Nunes, o que permitiria aos dois cavaleiros algumas deslocações de helicóptero... Fala-se de tantos nomes, que algum deles há-de ir parar a Pegões mais tarde ou mais cedo... Ou de automóvel. Ou voando...

Aparentemente, no que diz respeito às primeiras figuras, não se fala em mais nenhuma mudança de apoderamento. Foi anunciado o antigo rejoneador Manuel Manzanares (Matilla à vista?...) como novo apoderado de Duarte Fernandes e diz-se que há um Semedo "em vista" num hipotético novo apoderamento de João Moura Caetano (neste momento, certamente mais empenhado no novo namoro e no muito falado casamento...), mas lá para as bandas de Monforte continua tudo calmo e sem sinais de que possa haver mudanças na gestão da carreira do líder do escalafón - que o mais certo é continuar unido a António Nunes e Luis Miguel Pombeiro.

A propósito de Pombeiro, o gestor taurino do Campo Pequeno vai continuar como o eleito de Álvaro Covões para montar as quatro touradas anuais na capital. E, ao contrário da trapalhada de há um ano, desta vez parece não haver mudança de parceiro. José Maria Charraz, que foi uma importante mais valia para a temporada de Lisboa, vai continuar a seu lado. E, espera-se, sem sobressaltos para dar que falar no defeso. Voltar a trazer Roca Rey é uma das grandes apostas dos dois parceiros. A abertura da temporada será este ano a 10 de Julho.

Em Alcochete, voltou a falar-se há um mês da (maldosa) tentativa de tirarem a praça aos "Nenés" (Margarida e António José Cardoso), mas, uma vez mais também, voltou a ser fumo sem fogo. Em equipa que ganha não se mexe e os proprietários da praça ribeirinha reconduziram os jovens empresários (na foto de cima) por mais três anos. Depois se verá...

Haverá mudanças em algumas praças. Melhor dizendo: diz-se que haverá concursos para adjudicação das praças de Coruche e do Montijo. São as duas de que muito se fala. E onde a grande incógnita é definir se continuarão nas mãos da empresa Toiros com Arte, de Jorge Dias e Samuel Silva (ambos na foto de cima), ou se terão novos gestores - o que, se acontecer, traduz uma quebra do poder demonstrado nos dois últimos anos por estes dois empresários e antigos forcados. Há quem diga que continuarão em grande. Há quem opine que podem recuar... E há quem lhes augure a queda... mas a dupla está firme e coesa. E pronta a continuar a deitar cartas. Até se diz que já estão em negociações com uma primeiríssima figura para anunciar um cartel de arromba no início do próximo ano. 

Por enquanto, ainda não foi oficializado nenhum concurso de adjudicação nas praças acima referidas. Numa delas, ao que sei, pode até continuar tudo como estava. Mas até final do ano pode vir a acontecer uma reviravolta. Ou duas... 

Diz-se que Charraz está à espreita; que João Pedro Bolota e Mário Guarda estão atentos ao que se possa passar no Montijo; e que em Coruche volta a falar-se da possibilidade do regresso da anterior comissão de aficionados e antigos forcados que lá estavam antes da chegada de Jorge e Samuel.

Também se falou da Moita - e até em prováveis gestores que poderiam ser convidados pela Sociedade Moitense de Tauromaquia a gerir a praça "Daniel do Nascimento"... -, mas Ricardo Levesinho, com ou sem apoio francês, ainda tem direito a estar mais um ano ao leme.


E eu continuo a defender: por mais desastrosa que tenha sido a recta final da sua trajectória como empresário tauromáquico, por mais polémica que tenha causado a suspensão da corrida mista da Feira de Outubro de Vila Franca do ano passado, Levesinho nunca deveria ter saído de cena como saíu - quase sem pena e sem glória. Mas sobretudo sem memória. Não a dele. A dos outros. Que se esqueceram de quem ele foi. Há na vida tempo para tudo. E ainda há tempo para recuperar todo o tempo perdido.

João Moura Júnior vai manter em 2026 o formato de temporada com um reduzido número de corridas. Este ano toureou oito. Três foram encerronas (Santarém, Ilha Terceira e Portalegre). No próximo ano a novidade podem ser alguns mano-a-manos. E diz-se que já quem tenha em perspectiva montar o mais desejado de todos: Moura Jr. e Diego Ventura. Andava gente ao estalo na rua para arranjar um bilhete...

A semana fica marcada pelo anúncio da retirada das arenas do matador Juanito. Um toureiro bom que as empresas não souberam aproveitar e a quem não deram o devido valor. É pena e é triste que o toureio a pé fique marcado nesta temporada de 2025 pela desistência daquele que ainda há não muito tempo era apontado como a figura que ia relançá-lo. Espera-se que volte. E que reencontre o ânimo perdido para prosseguir a trajectória que tanto futuro apontou.

António Barrera com os mexicanos da Fusión Internacional por la Tauromaquia (FIT) são os novos apoderados do matador espanhol Daniel Luque - que nesta temporada fora apoderado por Luisma Lozano, depois de há um ano se ter separado de Juan Bautista. Lozano passou a apoderar Roca Rey. E Luque ficou agora nas mãos dos mexicanos.

Muitos cenários se alteram e muita coisa pode acontecer depois da inesperada retirada de Morante de la Puebla (que descansou uns dias em Roma e agora se encontra em solo lusitano). Há ainda quem defenda a esperança de que a retirada tem uma volta na ponta. E há quem garanta que o célebre toureiro se pode juntar, com o seu apoderado e amigo Pedro Marques, à equipa de Ramón Valência na gestão da Real Maestranza de Sevilha.

Por cá, um dos mistérios continua a ser o futuro do popular Marcos Bastinhas. A sua saída de cena, no arranque da temporada, deixou desfalcadas muitas empresas que contavam com ele para os seus cartéis. A incógnita é agora o tema de muitas conversas: volta Bastinhas em 2026? Ou não volta a tourear? Faz falta.

Amanhã de manhã há reunião da Inspecção-Geral das Actividades Culturais com os empresários tauromáquicos, em Lisboa. Silveira Botelho já não preside à IGAC por ter ultrapassado o tempo legal de reinado. Há agora uma inspectora-geral interina. Que amanhã reúne com os empresários para dar a conhecer, diz-se, alguma reformulações...

Fotos M. Alvarenga