Ortega Cano (segundo a contar da esquerda, na trincheira) assistindo ao momento em que "El Fandi" cortava a coleta a Aparício. O corte da coleta significa o abandono da profissão, o adeus às arenas |
Júlio Aparício ontem em Madrid: duas broncas e corte de coleta |
"Júlio (Aparício) está bem!" - as primeiras palavras do seu apoderado e também antigo matador Ortega Cano, depois do surpreendente e inesperado corte de coleta ontem no final da corrida em que escutou bronca monumental em Las Ventas, Madrid.
"Não esperava, não sabia de nada, pelo contrário, tentava até animá-lo desde a trincheira", confessa Ortega Cano em declarações exclusivas ao jornal espanhol "ABC" na edição online de hoje.
"Quando a corrida terminou, apercebi-me de qualquer coisa quando o vi acercar-se dos seus dois companheiros de cartel, 'El Fandi' e Miguel Ángel Perera. Pediu-lhes que lhe cortassem a coleta, mas não entendi o que diziam, não se ouvia, no entanto senti mais ou menos o que se estava a passar", conta o apoderado.
"Só ele pode explicar. A verdade é que na vida há momentos em que, por diversas circunstâncias, as coisas não nos correm como queríamos. Júlio estava com muita ilusão e a verdade é que a sua temporada dependia muito desta feira de Madrid. Tinha falado com muitos empresários e todos estavam pendentes do que sucedesse em Madrid. Por isso, depois de ter estado mal e tourear pedindo favores, fez o que fez...", explica.
Questionado sobre se será um adeus definitivo às arenas, Ortega Cano respondeu:
"Nunca se sabe. Nós, toureiros, somos toureiros sempre!".
O ex-matador reafirma o seu "afecto, carinho, admiração e amizade" por Júlio Aparício. "Compartilhámos muitas tardes juntos e é um grande toureiro, há que respeitá-lo", disse.
Fotos Domingo Álvarez e San Bernardo/"ABC"