Pela sua importância, pela sua pertinência, reproduzimos aqui, com a devida vénia, as perguntas feitas hoje por Miguel Ortega Cláudio no site "naturales-tauromaquia", na sua crónica referente à tourada ontem realizada na praça de toiros "Daniel do Nascimento", na Moita, cuja arena mais parecia "um verdadeiro areal", "qualquer coisa de indiscritível":
"Até quando se brincará às touradas neste
País? Até quando serão permitidos pelas autoridades certos abusos? Até quando
criará um ganadeiro os seus toiros, para os ver lidar num verdadeiro alqueive,
ou num verdadeiro areal de praia? Até quando os forcados permitirão que se
peguem toiros naquelas circunstâncias? Até quando o público pagante come e
cala? Será preciso haver uma desgraça, para a vergonha do estado das nossas
arenas mudar? A arena da praça de toiros da Moita era qualquer coisa de
indiscritível. Os toiros só com muito querer e raça se puderam mexer naquela
"coisa" a que chamam arena. Os forcados sentiram na pele as
consequências do estado do piso e os peões de brega a custo se conseguiam
movimentar. Isto do piso pesado já vem sendo hábito nas nossas praças de
toiros. Não sei quem beneficia nem quero saber. Só sei que tira brilhantismo ao
espectáculo, condiciona de sobremaneira o andamento dos toiros, dificulta as
pegas, porque os forcados tem muita dificuldade em recuar na cara dos toiros e
também dificultará as lides dos cavaleiros, ou não!? Coincidência das
coincidências, a ganadaria Murteira Grave, anda sempre metida ao barulho! A
sorte foi que os Graves desta tarde tiveram raça e bravura suficientes para
investirem nos capotes, acometerem aos cites dos cavaleiros e dos forcados!
Senão, estaríamos a falar numa tarde para esquecer. Estou para ver o dia em que
saia um toiro bronco e manso e o areal esteja nestas circunstâncias..."
Foto www.naturales-tauromaquia.com