terça-feira, 31 de julho de 2012

P. Pinto confirma acordo com Oliveira (Lousada) para corrida "ir para a frente"


Pedro Pinto (na foto), um dos intervenientes na "história de Lousada" (o escândalo da corrida que não se realizou no sábado), onde estava na qualidade de apoderado da cavaleira praticante Verónica Cabaço, confirmou ontem no programa "3 Tércios" da Rádio Portalegre que o pagamento, por parte do organizador João Oliveira, de mil euros a cada cavaleiro profissional (Alberto Conde e Pedro Salvador) e de seiscentos euros à sua toureira, pressupunha, na verdade, "que a corrida fosse para a frente".
"Foi isso, de facto, o que apoderados e toureiros acordaram com o organizador da corrida. Recebíamos aquele dinheiro e dava-se a corrida. No final, acertavam-se as contas" - explicou o jornalista.
Miguel Alvarenga, que interviu ontem no programa precisamente para fazer um comentário a esta ocorrência, declarou que "aliás, outra coisa não seria de esperar, pois não estou a ver o organizador da corrida pagar aos apoderados uma parte dos cachet's se estive ciente de que a corrida não se realizaria, perdendo assim o dinheiro... e os toureiros!".
Alvarenga estranhou que "toureiros e apoderados e, ainda por cima sendo alguns os mesmos, se tivessem predisposto a tourear numa corrida organizada por um senhor que, por muito boas intenções que tivesse desta vez, já estivera envolvido, há três anos (2009) num caso de contornos pouco claros quando organizou uma corrida em Vizela".
Por outro lado, disse o director do "Farpas", e "por muito baralhadas que estejam, e estão, as versões sobre o assunto, não me parece credível que Ricardo Levesinho tenha sido aqui o 'mau da fita', recebendo mil euros do seu cavaleiro e pondo-se a andar, inviabilizando a corrida. Tenho Levesinho por um empresário sério e acima de qualquer suspeita. Digo mesmo que será, nos conturbados momentos que vivemos, um dos empresários mais sérios deste país".
Pedro Pinto explicou que "o problema" foi, "depois de recebermos o dinheiro, termos constatado que no final da corrida, o que houvesse não chegaria sequer para pagar ao ganadeiro os toiros e, assim sendo, mais valia não correr esse risco. Recebemos o que o organizador nos pagou e ficámos 'reféns', isto é, se a corrida fosse para a frente, íamos criar um prejuízo enorme ao ganadeiro e então, decidimos não o fazer".
"Mais valia, então, devolverem o dinheiro ao senhor. Não toureavam, mas também não eram acusados depois de terem recebido 'algum' e se terem ido embora...", disse Alvarenga.
"Mas havia despesas feitas por todos. O dinheiro foi dividido por todos, não ficámos com ele para nós.  Dividimos o dinheiro pelo transportador dos toiros, pelos homens das camionetas de cavalos, etc. Todos tínhamos feito despesas para ir até Lousada, próximo do Porto", explicou Pedro Pinto.
Questionado por Hugo Teixeira se considerava que "este era o caso da semana", Miguel Alvarenga replicou:
"Infelizmente foi um dos casos da semana, mas pela negativa. Mas os verdadeiros casos da semana, para mim, foram o triunfo de João Moura Jr. no domingo na Feira de Valência e a corrida televisionada das Caldas da Rainha, também no domingo, com praça cheia e que resultou num importante espectáculo televisivo e numa excelente noite de toiros, sobretudo pelos triunfos dos cavaleiros Marco José, Manuel Telles Bastos e Marcos Bastinhas".

Foto D.R.