A semelhança do que acontecia em Moçambique, onde funcionou durante muitos anos uma importante praça de toiros em Lourenço Marques (hoje Maputo), gerida pelo saudoso empresário Manuel Gonçalves, também Angola teve na década de 60 uma emblemática praça de toiros na capital, Luanda, que foi inaugurada em 1 de Março de 1964 (cumpriram-se precisamente ontem 50 anos).
Localizada no distrito urbano de Maianga, a praça foi inaugurada com pompa e circunstância e teve honras de primeira página nos jornais da época, ao trazer a Angola alguns dos nomes mais sonantes da tauromaquia portuguesa. Apesar de ter funcionado durante alguns anos, a praça nunca chegou a ser concluída, porque os empresários portugueses que estavam à frente da construção do imóvel ficaram descapitalizados.
Depois da independência, o Ministério da Cultura assumiu a gerência do recinto, que não mais foi palco de eventos taurinos, passando a receber apenas espectáculos culturais e nomeadamente musicais. Por lá passaram nomes como Chico Buarque, Djavan, Martinho da Vila, Alcione e muitos mais. Recentemente, teve obras de requalificação e é hoje o Palácio da Cultura de Luanda.
O cartaz que hoje aqui recordamos diz respeito a duas corridas de toiros realizadas na Páscoa de 1965 e organizadas pela Sociedade Campo Pequeno, então gerida por Manuel dos Santos, Américo Pena e José Cardal. Lidaram-se nos dois espectáculos doze toiros das ganadarias de Irmãos Netos e João Gregório e actuaram os cavaleiros José Maldonado Cortes e Luis Miguel da Veiga e os matadores José Júlio, José Simões e Ricardo Chibanga, bem como os bandarilheiros José Tinoca, Manuel Badajoz, José Agostinho dos Santos e António Augusto (o célebre "Índio Apache"). Pegou um grupo de forcados composto por membros de vários grupos que se encontravam em Angola a cumprir o serviço militar.
Fotos D.R.