quarta-feira, 19 de março de 2014

Rui Bento em total sintonia com os novos administradores do Campo Pequeno

Rui Bento e os novos administradores da Sociedade Campo Pequeno, Drª Paula
Mattamouros Resende e João Gonçalves, ontem na conferência de imprensa.
Notória a empatia entre Bento e a Drª Mattamouros, a evidenciar a excelente
comunhão de esforços que deu origem e esta magnífica Temporada de Abono



Miguel Alvarenga - Após quase dois meses de suspense, de inquietação e de muita especulação, depois de conhecida a demissão dos administradores das (duas) empresas que geriam o Campo Pequeno (a SRUCP e a Sociedade Campo Pequeno, SA) e o processo de insolvência da primeira, bem como a nomeação pelo Tribunal do Comércio de uma Administradora de Insolvência, sem se perceber bem se Rui Bento ia permanecer e se ia haver, sequer, Temporada na primeira praça do país, os homens dos toiros ficaram ontem serenos e tranquilos, face às palavras de alento à arte tauromáquica e à campanha de 2014 na nossa praça, proferidas pela Drª Paula Mattamouros Resende (que é simultâneamente Administradora da Insolvência e presidente do Conselho de Administração da Sociedade Campo Pequeno) e sobretudo face à apresentação, por Rui Bento, dos primeiros cartéis da primeira fase da Temporada de Abono - que como anteriormente referi e analisei, são "acima da média" e constituem, principalmente, os melhores elencos dos últimos anos.
Depois de muito se ter especulado e de ter havido quem (os do costume...) procurasse por todos os meios (telefonemas, e-mails, intriguices, etc. e tal...) destabilizar e criar a confusão usual, todos tivemos ontem na frente a Drª Paula Mattamouros para esclarecer as dúvidas que nos atormentavam, nomeadamente o que é isso da insolvência, como vai ser o futuro do Campo Pequeno, o que foi feito dos Borges, quem vai mandar e quem vai pagar aos toureiros a partir de agora, se há dinheiro ou se as contas estão congeladas, se a Monumental de Lisboa vai ser comprada por chineses, etc. e tal - mas a verdade é que ninguém o fez. Imperou o silêncio face a tudo isso. Eu próprio estive vai-não vai para questionar a Senhora sobre tudo isso, mas não o fiz, como mais ninguém o fez, e explico porquê: primeiro, porque íamos perder mais duas ou três horas de conversa, ali sentados e nunca mais íamos comer o queijinho e o magnífico presunto, nem beber o belo tinto (eu não bebo vinho, mas gosto de ver quem bebe...) que nos trouxe o Francisco Mira (ex-forcado de Montemor) da sua fantástica "Charcutaria Lisboa" (no Mercado de Campo de Ourique); segundo, porque o tema-insolvência nos importa pouco, face à certeza que todos tivemos de que vai haver Temporada em Lisboa e que as touradas vão continuar a ser tradição às quintas-feiras no Campo Pequeno; e porque se fossemos ali perder tempo a tentar perceber essa trapalhada da insolvência, acabava por ultrapassar-se e deixar para segundo plano o impacto e a importância daquilo que verdadeiramente nos diz respeito e daquilo que queríamos saber - quais eram, afinal, os cartéis da Temporada.
A Drª Paula Mattamouros é uma Mulher discreta - mas uma Mulher decidida. Percebemos isso. Não é um "papão" que vem acabar com as touradas, nem acabar com o nosso Campo Pequeno. Em poucas palavras, deu-nos uma imagem de tranquilidade, de trabalho, de quem arregaçou as mangas e está ali para cumprir uma missão - mas uma missão que vem assegurar a tradição tauromáquica do Campo Pequeno e não, como alguns diziam, acabar com ela.
Por outro lado, foi visível e notória a empatia da nova administradora com o responsável pela organização das corridas de toiros, Rui Bento. E vice-versa. Percebe-se que o trabalho conjunto foi importante - e, acima de tudo, que a comunhão de esforços foi conseguida e foi frutífera, a bem da Festa Brava. Foi também importante a humildade e a dignidade com que Rui Bento fez questão de frisar o seu apreço e reconhecimento pelo apoio com que sempre contou da anterior Administração (Borges) e também a forma simpática com que louvou todos os seus companheiros de trabalho na empresa.
João Eduardo Gonçalves foi o outro novo elemento da Admistração da nova Sociedade Campo Pequeno (ficámos sem perceber se há mais, mas também pouco nos importa) que ontem nos foi apresentado e que também tomou lugar na mesa da Conferência de Imprensa, onde voltou a estar, como sempre, o Relações Públicas da empresa e antigo crítico tauromáquico da agência Lusa, Dr. Paulo Pereira.
Enquanto a Drª Mattamouros foi para ali nomeada pelo Tribunal de Comércio, já João Gonçalves integra agora a Administração da Sociedade Campo Pequeno precisamente a convite dela, como seu braço-direito, presume-se, em todo este processo. Antigo atleta e actual comentador desportivo da RTP, foi também organizador de uma Gala Equestre há poucos anos no Campo Pequeno e não é, por isso mesmo, um estranho naquela casa. Foi o único elemento da mesa que não falou durante a Conferência de Imprensa - e isso foi pena. Gostávamos de ter conhecido também a sua posição e as suas opiniões. Mas depois desdobrou-se em amáveis conversas com todos os presentes, durante o beberete.
Do que mais se disse e dos temas mais importantes ontem abordados por Rui Bento (para além da formal apresentação dos elencos), bem como do que se não falou, mas eu sei, dar-vos-ei conta amanhã. Não percam os Flashes do Campo Pequeno e as histórias das contratações e não-contratações que estiveram por detrás desta primeira fase da Temporada de Abono em Lisboa.
Para já e por hoje, fica o registo - importante - da verdade. Que é uma e só uma: ao contrário do que asseguravam os habituais profetas da desgraça, o Campo Pequeno ainda não é dos chinocas e vai haver Temporada Tauromáquica. Era o importante. Mais nada. A não ser o registo, também, da significativa presença na Conferência de Imprensa das primeiras Figuras do toureiro e da forcadagem numa prova de força e união - que era mesmo preciso demonstrar no dia de ontem. Foi a Tauromaquia e foi o Campo Pequeno - ainda e sempre, a nossa primeira e principal referência - quem ganhou com isso.

Fotos M. Alvarenga