domingo, 11 de janeiro de 2015

António Sousa recorda Quintano Paulo: "Sócio e amigo de uma vida toda..."

António Paes de Sousa e Glicério Quintano Paulo (falecido ontem): amigos de uma
vida toda, sócios desde os finais dos anos 60
Glicério Paulo com Zé André e António Sousa há cinco anos na praça de Beja
António Sousa e Glicério Paulo com o Dr. Paulo Pereira (empresa do C. Pequeno)
em 2011 na Feira do Toiro em Badajoz
Glicério Quintano Paulo e seu filho, Ferreira Paulo "Cachapim", há cinco anos na
Moita - uma das raras praças onde nunca foi empresário, apesar de ter concorrido
algumas vezes
Ainda visivelmente consternado pela morte do seu amigo e sócio "de uma vida toda", o empresário eborense António Cutileiro Paes de Sousa recorda ao "Farpas" a figura de Glicério Quintano Paulo, falecido ontem à noite no Hospital de Évora, aos 78 anos, vítima de enfarte do miocárdio:
"Estou muito triste. Foi um amigo e um sócio de uma vida inteira. Começámos a dar corridas em 1969/1970 e nunca mais nos separámos. É uma grande perda para a Festa, embora ele já estivesse afastado e até já nem fosse às corridas. E para mim, era como um irmão", lembra, emocionado.
E acrescenta:
"Embora natural de Estremoz, o Paulo veio estudar para a Escola Agrícola em Évora e ficámos amigos desde esse tempo. Éramos amigos há mais de 60 anos, amigos diários, nunca nos separámos, amigos de todos os dias. Eu ainda fui amador de forcado e ele também. O Paulo foi rabejador do Grupo de Lisboa nos tempos de Nuno Salvação Barreto, não foi muitos anos, mas ainda lá andou alguns. Como sócios e empresários, demos corridas em quase todas as praças do país desde o início dos anos 70. E sempre nos demos bem, nunca tivemos problemas nenhuns".
Glicério Paulo vivia ultimamente em casa de seu filho, o também empresário taurino José Manuel Ferreira Paulo "Cachapim", em Évora. Sentiu-se mal ontem ao início da manhã e pediu para ir ao hospital. Durante o dia, a situação piorou e acabou por falecer à noite.
"Cacha, estou muito mal", ainda disse ao filho nos últimos momentos. "Esteve lúcido até ao último momento e estava consciente da gravidade do seu estado", afirma "Cachapim".
O corpo do empresário tauromáquico - um dos mais antigos do país - estará a partir das 14 horas em câmara ardente na Igreja da Misericórdia, em Évora, como anteriormente informámos e o funeral deverá realiza-se amanhã de manhã para o cemitério dos Remédios, na cidade-museu.

Fotos Emílio de Jesus, Hugo Teixeira e M. Alvarenga