Histórico empresário morreu há 6 anos |
Manuel Gonçalves e Miguel Alvarenga |
Um trio que fez história: Moura, Alvarenga e Gonçalves. Em baixo, capa do jornal "Farpas" em Fevereiro de 2010 |
Manuel Gonçalves morreu há seis anos. O mais dinâmico e mais empreendedor empresário tauromáquico dos finais do século XX perdeu a vida em consequência de uma queda pelas escadas da casa que estava a reconstruir na aldeia de Mizarela, no concelho da Guarda, onde nascera e onde está sepultado.
Empresário taurino e não só, iniciou a sua vida em Moçambique, onde organizou grandes e históricas corridas de toiros com as maiores figuras da época na Monumental de Lourenço Marques (hoje Maputo), sua propriedade até à descolonização.
Depois do regresso a Portugal, apressado pelas circunstâncias revolucionárias do tempo, refez a vida em França e durante vários anos geriu algumas das principais praças de toiros desse país.
No início dos anos 80 restabeleceu-se em Portugal e fez história gerindo algumas das principais praças nacionais, entre as quais a do Campo Pequeno, onde foi empresário em duas ocasiões.
Lançou e consolidou corridas que passaram a ser data tradicional no nosso calendário taurino, com destaque para a do programa "Despertar" da Rádio Renascença, com a qual esgotou anos seguidos a Monumental de Santarém. Foi também obreiro da Corrida "Correio da Manhã" e destacado organizador das corridas "Farpas" e da RTP.
Homem de rara visão empresarial e um sentido apurado do espectáculo, foi sobretudo um grande empresário, sem ser um grande taurino. Sabia e tinha a intuição para dar o tiro na hora certa e por isso montou inesquecíveis corridas como os mano-a-mano Domecq/Moura, Moura/Ojeda e outras. Relançou nos anos 90 a moda das corridas de seis cavaleiros, muito criticada na altura, mas que hoje estão de volta e com o agrado de todos.
Faz falta. Muita falta, mesmo.
Fotos D.R.