sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Campo Pequeno: jovens aficionados transmitem as suas expectativas para a temporada de 2018

Da esquerda para a direita, os representantes das cinco jovens tertúlias que
ontem expuseram à empresa do Campo Pequeno as suas principais expectativas
para a próxima temporada: Carlos Veiga, Duarte Palha, Dr. Paulo Pereira
(moderador do debate), Marta Leal da Costa, Madalena Dias Gomes e João Braga
Um aspecto da interessada e participante assistência que ontem encheu o
Salão Nobre da praça de toiros do Campo Pequeno
A administradora do Campo Pequeno, Drª Paula Mattamouros Resende e o
director de Actividades Tauromáquicas, Rui Bento
José Maria Bettencourt e António Vacas de Carvalho, cabos dos GFA do Aposento
da Moita e de Montemor, entre a assistência
José Macedo Tomás, cabo dos Forcados de Coruche, ladeado por Francisco
Mendonça Mira (site tauronews.com), Francisco Bissaia Barreto (do GFA de
Montemor) e José Maria Bettencourt, cabo do GFA do Aposento da Moita
Pedro Maria Gomes, cabo dos Forcados de Lisboa e o cavaleiro António Maria
Brito Paes. Em baixo, Hélder Milheiro, da Federação Protoiro e Miguel Alvarenga


Representantes de cinco jovens tertúlias tauromáquicas protagonizaram ontem no Salão Nobre da praça de toiros do Campo Pequeno (completamente cheio) um interessante e produtivo debate, em boa hora promovido pela empresa da primeira praça do país, em que expuseram as suas principais expectativas para a próxima temporada.
Foram intervenientes Carlos Veiga (Tertúlia "Sol & Moscas"), Duarte Palha (Tertúlia "P'ra Diante"), Marta Leal da Costa (Tertúlia da Faculdade de Medicina Veterinária), Madalena Dias Gomes (Tertúlia "Taurisa" do Instituto de Agronomia) e João Braga (Tertúlia "José Maria Cortes") e o debate foi moderado pelo Dr. Paulo Pereira, Relações Públicas da empresa do Campo Pequeno e antigo crítico tauromáquico.
Muitos jovens forcados entre a assistência, na maioria membros das tertúlias representadas, apenas dois cavaleiros tauromáquicos (António Maria Brito Paes e Mateus Prieto) e a presença, também, de Hélder Milheiro, da Federação Protoiro e da administradora do Campo Pequeno, Drª Paula Mattamouros Resende e de Rui Bento, director de Actividades Tauromáquicas, que no final do encontro usou também da palavra para revelar alguns dos projectos da empresa para a temporada de 2018 (notícia já a seguir).
Na generalidade, os jovens participantes no debate pugnaram pela importância do toiro-toiro na primeira praça do país e também das primeiras figuras de Portugal, sobretudo no que ao toureio a cavalo diz respeito, havendo também um consenso geral quanto à importância do regresso das corridas mistas e de primeiras figuras do toureio a pé de Espanha.
João Braga, antigo forcado e membro da Tertúlia "José Maria Cortes", reconheceu que "há bravura em todos os encastes" e que "há toureiros que praticam melhor a sua arte com toiros menos agressivos, há público para todos, mas é preciso que o público sinta a emoção, pelo que esperamos que venham a Lisboa toiros das melhores ganadarias".
As expectativas dos jovens são comuns e baseiam-se fundamentalmente na emoção que é necessária ao sucesso do espectáculo e, para tal, as opiniões são unânimes: toiros de ganadarias que proporcionem emoção, figuras do toureio nos principais cartéis, oportunidade a novos valores e preços mais atractivos e mais lugares para jovens.
Também foi defendida a realização de iniciativas que divulguem a tauromaquia como foi o “Bullfest”, em 2017, treinos de grupos de forcados, demonstrações de toureio, bem como o regresso das garraiadas académicas, que no passado constituiram grande fomento para a criação de jovens aficionados.
As tertúlias referiram que seria benéfico que a empresa organizasse sessões de promoção do abono jovem nas universidades, em colaboração com as tertúlias, de modo a facilitar a captação de novos aficionados, área em que surgiu a questão: ”saberão as empresas, hoje em dia, comunicar a tauromaquia ao público jovem?”.
Uma das questões abordadas foi a possibilidade de realizar corridas no Campo Pequeno noutros dias que não apenas as quintas-feiras. O assunto foi levantado por Pedro Maria Gomes, cabo dos Forcados Amadores de Lisboa e a maioria dos jovens esteve de acordo: a tradição pode ser alterada e as quintas, com dia de trabalho a seguir, podem neste momento já não ter o impacto de outros tempos. O conhecido forcado recordou o facto de este ano ter havido uma corrida numa sexta-feira (18 de Agosto, data da comemoração do 125º aniversário da praça) e que esgotou a lotação.
Rui Bento, no final do debate, referiu que para a segunda metade da temporada poderão surgir algumas alterações nesse sentido e realizar-se algumas corridas ao fim-de-semana.

Fotos Fernando Clemente