Muitos aficionados estiveram ontem no Parlamento a assistir à votação. Em baixo, o grupo recebido por Assunção Cristas, líder do CDS/PP |
A Prótoiro – Federação Portuguesa de Tauromaquia felicita a esmagadora maioria dos deputados dos partidos (80,5%) e congratula-se pela decisão de chumbarem um Projeto de Lei proibicionista, cujo objetivo era maniatar a liberdade de escolha de todo um país.
Os valores da democracia, da tolerância e defesa da liberdade imperaram sobre a visão antidemocrática do Partido das Proibições, das políticas anti e não respeitadoras da diversidade social e cultural.
A aprovação do Projeto de Lei de proibição radical, sublinhou o deputado socialista Hugo Costa, “levaria a conflitos desnecessários e poria portugueses contra portugueses”. O mesmo deputado reforçou o argumento tantas vezes defendido pela Prótoiro de que as touradas são reconhecidamente “parte da cultura popular portuguesa” e é “dever do Estado” proteger as manifestações culturais.
Na bancada social-democrata, a posição também foi de defesa da tauromaquia. O deputado Joel Sá reforçou as touradas como “um legado histórico, social e cultural” e usou a argumentação do próprio PAN para desmascarar a tese de que a tauromaquia já não interessa a ninguém. “Então porquê abolir o que está em declínio?”, questionou.
Telmo Correia, do CDS-PP, foi ainda mais longe e referiu que o PAN não tem o direito de querer impor a sua opinião a “populações inteiras”, questionando a legitimidade do PAN "para impor hábitos lisboetas” a todo o país. “No CDS há quem goste e quem não goste de touradas, mas ninguém quer proibi-las”, reforçou.
No PCP, as críticas à iniciativa do PAN fizeram-se ouvir pela voz da deputada Ângela Moreira: “Não admite outras culturas, identidades e tradições, só admite os seus padrões e quer impô-los. Trata-se de uma lei que lei que não respeitaria a diversidade cultural e a universalidade dos direitos”.
Com esta vitória esmagadora na Assembleia da República, a Prótoiro compromete-se a dar continuidade ao seu trabalho de defesa e promoção dos valores da cultura e da liberdade, denunciando toda e qualquer ação que vise comprometer a legitimidade e respeito por este setor cultural e económico tão importante para o país.
Fotos D.R.