domingo, 17 de março de 2019

Rádio Campanário realizou ontem o seu X Festival no Coliseu do Redondo

Momento emotivo ao início do festejo de ontem no Redondo, quando a fadista
Teresa Tapadas cantou "Avé Maria" em homenagem a todos aqueles que nos
deixaram nos últimos meses
A marca do bom toureio do Maestro António Telles esteve patente na lide do
primeiro novilho da tarde, da ganadaria Passanha
Ana Batista lidou com arte e classe o novilho da ganadaria Prudêncio
Leonardo Hernández aqueceu o ambiente com uma lide exuberante
João Maria Branco, que ontem reapareceu após um ano sem tourear, foi autor
do melhor ferro da tarde ontem no Coliseu do Redondo
Joaquim Borges (Montemor) pegou o primeiro novilho, de Passanha, ao
segundo intento
Emotiva pega de Luis Feiterona (Redondo) ao segundo novilho, de Prudêncio
A terceira pega, ao novilho de Guiomar Moura, foi executada à primeira por
Manuel Caludino (Montemor)
André Claudino (Redondo) pegou à primeira o quarto novilho, de Romão Tenório
"Finito de Córdoba" deixou pinceladas de arte, mas o novilho de Cochicho,
sem apresentação, retirou toda a importância à sua faena...
Ginés Marín empenhou-se mas faltou-lhe matéria prima para brilhar. Em baixo,
Augusta Serrano, directora da Rádio Campanário, a única estação de rádio que
organiza anualmente um festival tauromáquico no nosso país - há dez anos!


É altamente louvável e temos que nos congratular com isso, que uma estação de rádio, neste caso a Campanário de Vila Viçosa, organize um festival tauromáquico há dez anos consecutivos, havendo aqui que enaltecer o empenho e o esforço da sua directora, Augusta Serrano (foto ao lado).
Este ano e pela segunda vez, o festejo voltou a abandonar o seu palco inicial, a praça de Vila Viçosa, tendo-se realizado no Coliseu do Redondo, ontem.
O cartel estava muitíssimo bem montado e superiormente rematado, mas pelos vistos não terá ido ao encontro dos gostos da aficion local e a praça registou uma desoladora moldura de meia casa fraca.
Há quem opine que os aficionados se guardaram para ir hoje a Santarém, há quem defenda que o toureio a pé - apesar de ontem representado por duas figuras de primeira - não chama público à praça no Redondo. A verdade é que muitos espectadores começaram a abandonar as bancadas no final da lide do quartro toiro, assim que terminaram os cavaleiros e os forcados e quando iam entrar em cena "Finito de Córdoba" e Ginés Marín...
Artisticamente, o espectáculo também ficou algo aquém das expectativas. No que respeita ao toureio a pé, a escassa apresentação dos novilhos de José Luis Cochicho retirou brilho às intervenções dos dois matadores espanhóis, tendo-se destacado "Finito" numa artística e templada série de muletazos com a mão esquerda.
A cavalo e segundo Miguel Ortega Cláudio, crítico tauromáquico e responsável pelo programa de tauromaquia da Rádio Campanário, o grande ferro da tarde cravou-o João Maria Branco, frente a um novilho de Romão Tenório de apresentação qb, e que ontem reapareceu depois de um ano sem tourear e demonstrou estar preparado e bem montado para mais compromissos.
António Ribeiro Telles evidenciou a sua classe diante do bem apresentado novilho de Passanha e Ana Batista toureou com arte o de Prudêncio, também de notável apresentação. O rejoneador espanhol Leonardo Hernández, frente a um novilho de Guiomar Moura sem grande força, mas que teve bom comportamento, deu espectáculo e entusiasmou o público, aquecendo uma tarde em que o pouco ambiente em nada ajudou.
Pegaram os Forcados de Montemor, iniciando a época de comemoração do seu 80º aniversário, tendo sido autores das duas pegas Joaquim Borges (à segunda) e Manuel Carvalho (à primeira); e os Forcados do Redondo, com duas pegas ao primeiro intento por Luis Feiterona e André Claudino.
O festival foi bem dirigido por Agostinho Borges e teve no início um momento paricularmente emotivo quando a fadista Teresa Tapadas cantou "Avé Maria" na arena em homenagem à memória de todas as figuras do mundo tauromáquico que nos deixaram nos últimos meses.

Fotos João Carrilho/cortesia www.portadossustos.com