quinta-feira, 2 de maio de 2019

Almeirim: Prós & Contras

Há pelo menos trinta anos que a Monumental de Almeirim não registava uma
enchente como a de ontem
Alto profissionalismo de Rui Bento recuperou em menos de nada uma praça
que tinha ido ao fundo...
Pesadíssimo, o piso da arema mais parece o areal da Caparica, o que ontem
condicionou o andamento e o comportamento dos toiros e prejudicou o labor
dos artistas, sobretudo dos forcados e bandarilheiros. Há que corrigir depressa
Já que se fez uma obra desta envergadura, teria sido óptimo que tivessem tudo
a preocupação de arranjar um espaço conveniente, como por exemplo existe na
praça da Moita, onde os cavaleiros pudessem aquecer os cavalos, deixando
de o fazer no cimento da estrada e no meio das pessoas...
As cavalariças da praça foram pura e simplesmente eliminadas para dar lugar
a lojas e a um salão junto às bilheteiras com cómodos sofás... Os cavalos
ficam agora na rua, como numa praça portátil. Renovação da praça, louvável
a todos os títulos, pecou por ter esquecido que nas touradas também entram
cavalos...
Monumental reabriu ontem de cara lavada
Bancadas agora bem numeradas. Em baixo, a placa que ontem foi descerrada
e que assinala a reinauguração da renovada Arena D'Almeirim


A renovada Monumental de Almeirim, agora modernamente denominada Arena D'Ameirim, foi ontem reinaugurada com pompa e circunstância e com uma extraordinária moldura humana (bancadas cheias até às bandeiras) a fazer lembrar os tempos de glória que viveu sobretudo nas décadas de 70 e 80. Hé pelo menos uns trinta anos, desde a alternativa de João Salgueiro, que não registava uma enchente como a de ontem.
Isso ficou a dever-se ao empenho da Santa Casa da Misericórdia (com o apoio precioso e importante da Câmara Municipal), que há um ano deitou mãos à necessária recuperação da praça; mas também ao elevado profissionalismo de Rui Bento e da sua equipa, que coordenaram as operações no que ao tema taurino diz respeito.
Recuperaou-se, em menos de nada, uma praça de toiros que fora "ao fundo". Tal como ainda este ano aconteceu com Santarém com o empenho e a juventude da Associação Praça Maior. Tal como há três anos aconteceu, por exemplo, em Salvaterra de Magos, por obra e graça do empresário Rafael Vilhais. Tal como ontem mesmo, à mesma hora, se verificou no Cartaxo, com outra bonita moldura humana de três quartos de casa, na estreia da nova empresa de Luis Miguel Pombeiro e Manuel Jorge de Oliveira. Como tem acontecido também em todas as praças por onde tem passado Ricardo Levesinho, casos de Vila Franca e da Figueira, caso, esperamos agora, da Moita este ano. Como se vê, não é assim tão difícil e tão problemático recuperar, fazer renascer das cinzas e recolocar na ribalta uma praça de toiros que estava adormecida.
No caso de Almeirim, há que louvar e aplaudir toda a recuperação do imóvel, apesar de algumas falhas - imperdoáveis - que é preciso apontar e corrigir. Por exemplo: foram eliminadas as cavalariças... para dar lugar a um pequeno salão para "convívio" dos artistas e agora os cavalos têm que ficar, como em qualquer praça portátil, na rua... Não tem lógica nem tem pés nem cabeça que se faça uma obra desta envergadura e se esqueça que nas touradas também entram cavalos...
Outra anomalia a corrigir rapidamente: o piso da arena estava pesadíssimo, mais parecia o areal da Caparica, o que condicionou, obviamente, o andamento e o comportamento dos toiros e trouxe dificuldades maiores aos artistas, sobretudo aos forcados e bandarilheiros.
Tirando isso, foi tudo um êxito e Almeirim está de parabéns pela renovação da sua praça.

Fotos M. Alvarenga