quarta-feira, 15 de maio de 2019

Pablo Hermoso a 24 horas do Campo Pequeno: "Sempre o disse, Lisboa é a catedral do toureio a cavalo!"



O rejoneador espanhol Pablo Hermoso de Mendoza regressa esta quinta-feira ao Campo Pequeno, praça pela qual nutre o maior respeito e admiração pelo púbico que a frequenta. Desta vez, alternará com Luis Rouxinol e João Moura Jr., duas figuras de duas gerações destacadas do panorama tauromáquico português, completando o cartel os grupos de forcados Amadores de Lisboa, capitaneados por Pedro Maria Gomes e Amadores de Évora, capitaneados por João Pedro Oliveira. Lida-se um curro de preciosa lâmina da ganadaria de Francisco Romão Tenório.
A propósito desta sua participação nesta corrida, colocámos três questões a Pablo Hermoso de Mendoza:

- Que significado profissional e sentimental tem para si a Praça de Toiros do Campo Pequeno?
- Lisboa para mim, sempre o disse, é a catedral do toureio a cavalo. Aqui encontramos muita gente entendida em toiros, mas igualmente muita gente que sabe a fundo de cavalos. É uma praça na qual, para além de se ser toureiro, deve igualmente ser equitador e essas duas condições fazem que, tourear ali, tenha um significado muito especial, como em mais nenhuma praça.

- Com uma trajectória artística de mais de 30 anos, como compara o rejoneio de hoje com o dos seus começos?
- Talvez o rejoneio, em si mesmo, seja o mesmo de antes e agora. Acontece é que eu vejo o rejoneio com um olhar diferente do que via quando comecei. Nessa altura, eu via o rejoneio quase como algo, diria, inatingível, tal era o nível dos rejoneadores que estavam no activo. Eu pensava que nunca conseguiria competir com eles, tão alto era o nível artístico que exibiam. Não digo que o nível seja mais alto hoje, digo, isso sim é que pelo estatuto que alcancei, vejo-o mais acessível a novos praticantes. Isto é uma realidade virtual, pois embora o rejoneio seja o mesmo, os meus olhos vêm-no de uma forma diferente.

- Quais são os fundamentos da Tauromaquia de Pablo Hermoso de Mendoza?
- Desde os meus começos que sempre me mentalizei que, no toureio a cavalo, o toiro deveria ter um protagonismo essencial. Sem toiro não há espectáculo e por isso há que pensar a faena de acordo com as características do toiro. Para o poder lidar e valorizar as características do toiro, é imprescindível que o teu companheiro, neste caso o cavalo, tenha uma doma completa e uma base de alta escola, que considero totalmente necessária. Esses, creio que são os pilares essenciais da minha tauromaquia: a doma dos cavalos e tentar de tirar do toiro tudo aquilo que ele pode dar.

Fotos Juan Andrés H. Mendoza e D.R.