domingo, 26 de janeiro de 2020

Revolução matou Mestre João Núncio há 44 anos



Mestre João Branco Núncio tinha 74 anos e preparava-se na Golegã, em casa de seu cunhado Patrício Cecílio, para regressar às arenas para voltar a comer o pão que a "Revolução de Abril" lhe roubara, quando um ataque cardíaco o matou em 26 de Janeiro de 1976 - cumprem-se hoje 44 anos.
Nascido em Alcácer do Sal a 15 de Fevereiro de 1901, o maior toureiro a cavalo da nossa História morreu na Golegã, onde se refugiara em casa de seu cunhado depois de lhe terem ocupado as terras e a própria casa na sua Alcácer natal.
O Mestre preparava-se de novo para a luta - e anunciara que ia regressar às arenas. Toureara pela última vez a 21 de Outubro de 1973 na praça "Palha Blanco", em Vila Franca, nesse mesmo ano em que no Campo Pequeno, a 27 de Maio, comemorara os seus 50 anos de alternativa com a praça cheia. Na foto ao lado, nesse dia em que dera a alternativa a José João Zoio, com Luis Miguel da Veiga, José Barradas e Ludovino Bacatum.
João Alves Branco Núncio estreou-se com apenas 13 anos de idade na antiga praça de Évora e tomou a alternativa no Campo Pequeno a 27 de Maio de 1923, apadrinhado por António Luis Lopes. Com Simão da Veiga formou a mais célebre parelha de cavaleiros competidores. Em toda a sua brilhante carreira, toureou mais de 2.000 toiros em mais de 1.000 corridas e montou cerca de 60 cavalos. Foi ainda o primeiro cavaleiro português a esroquear toiros a cavalo em Espanha e em França.
Como reza o fado que Maria Manuel Cid lhe dedicou, "não foi um homem qualquer, foi mais um homem diferente".

Fotos Alberto Figueiredo/Arquivo