segunda-feira, 6 de julho de 2020

Junta de Freguesia de Vila Franca rende homenagem a Mário Coelho


Publicamos, com a devida vénia, o bonito texto com que a Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira rende hoje homenagem ao Maestro Mário Coelho no Facebook

Faleceu hoje, 5 de Julho de 2020, o Matador de Toiros Mário Coelho, notável Toureiro Vilafranquense, vítima de Covid-19, sendo caso para recordar algo que o Maestro Mário Coelho dizia muitas vezes: “Há toiros traiçoeiros que podem ceifar a vida a um homem, mas há bichos mais traiçoeiros…”. 
Figura grandiosa do Toureio Português, levou o nome de Vila Franca de Xira, terra que amava e que o viu nascer em 1936, a todos os pontos do mundo da Cultura Taurina, e por isso a Cidade é-lhe devedora de glórias, memórias e honras. 
Por isso, a Junta de Freguesia já o tinha distinguido como Cidadão de Mérito da Cidade e, preparava-se para o honrar com um topónimo, propondo que fosse atribuído o seu nome a um arruamento desta Cidade, o que fará, terminada que estiver a avaliação das hipóteses a toponimizar.
À sua viúva, a Embaixatriz Helena Guerra, ao seu filho, Mário Vizeu Coelho, e demais Família, que ainda hoje vive nesta nossa Vila Franca de Xira, a Freguesia apresenta as suas condolências, no passamento deste Grande Vilafranquense, que a Cidade e a Tauromaquia Nacional e Internacional não esquecerá.
Lamentamos a sua perda, que será sentida, ainda mais, por ter falecido neste primeiro domingo de julho, em que, não fora a atipicidade do ano, celebraríamos o Colete Encarnado. Neste Colete Encarnado, faria 50 anos, precisamente, em que Mário Coelho se apresentou na sua “Palha Blanco” como Matador de Toiros, pela primeira vez.
Nascido na “Sevilha Portuguesa”, desejou ser Toureiro, desde menino, tendo logo com 14 anos chegado a apresentar-se como amador na Praça de Toiros ‘Palha Blanco’, onde, em 1955, se apresentou como bandarilheiro, tendo posteriormente tirado alternativa, em 1958. A grande maioria dos estudiosos de assuntos taurinos dizia: “nunca houve um Bandarilheiro tão notável em todo o mundo ibérico” (Sanchez Ortíz). Considerado o “Melhor Bandarilheiro do Mundo”, foi o único bandarilheiro, na História do Toureiro, a sair em ombros em diversas Praças de Espanha e Portugal
Em Julho de 1967, Mário Coelho tomou a alternativa em Badajoz, tendo como padrinho Julio Aparicio e como testemunha Manuel Cano «El Pireo». Confirmou a alternativa na Monumental do México, em 1975, confirmando-a na Monumental de Madrid, em 1980. Em 1990 despediu-se do público, cortando a coleta numa grandiosa corrida realizada no Campo Pequeno
A sua carreira foi profundamente internacional, passando por Espanha, França, Marrocos, Canadá, Estados Unidos, Angola e Moçambique, mas sobretudo pelas praças da América Latina como México, Venezuela, Perú, Colômbia e Equador. Em todos os locais por onde passou, privou com gente notável da Cultura, da Arte e do Cinema, vivências que estão expressas nos livros publicados sobre a sua vida, tendo sido o último lançado este ano de 2020, “Um Homem Inteiro”, de António de Sousa Duarte.
Em 2001, foi aberta ao público a Casa-Museu Mário Coelho, na habitação onde o toureiro nasceu, e, em 2019, foi-lhe dedicada uma estátua, imortalizando o Toureiro e o Homem, que era, além de Cidadão de Mérito Cultural de Vila Franca de Xira, condecorado com a Medalha de Valor Cultural da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira (2004), sendo também Comendador da Ordem do Mérito, título que lhe fora concedido pela Presidência da República (2005).
Até sempre, Maestro
Nas memórias dos Vilafranquenses, estareis sempre a sair em ombros, pela Porta Grande!

Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira

Foto D.R./@JF de Vila Franca de Xira/Facebook