sábado, 21 de agosto de 2021

GFA de Santarém recorda Carlos Empis (quinto cabo): "Um Homem maior do que a vida"

O centenário grupo de forcados Amadores de Santarém recorda na sua página web a figura inesquecível de Carlos Empis, quinto cabo, que morreu ontem aos 76 anos, como "um Homem maior do que a vida" e "um aficionado de mão cheia".

"Natural do Porto de Muje e agricultor por vocação. Foi cavaleiro praticante e um equitador de excelência. Foi Cabo do Gupo de Santarém entre 1979 e 1981, embora líder oficioso muito antes disso, função que assumiu natural e consensualmente pelo seu carisma e conhecimento. Apoderado de algumas das maiores figuras do toureio (João Moura, Emídio Pinto, João Salgueiro, Vitor Ribeiro, Tomás Pinto) e empresário de várias praças de toiros. Organizador e mentor das Feiras do Toiro, em Santarém. Conhecedor do Toiro e do fenómeno dos Forcados como poucos"refere o GFA de Santarém.


E acrescenta:


"Antes de se estrear como forcado, Carlos Empis é cavaleiro amador e está talvez destinado a prosseguir esse caminho de forma profissional. Porém, a sua afición cruza-se com o Grupo de Forcados Amadores de Santarém, então capitaneado por Ricardo Rhodes Sérgio. O tal destino troca-lhe as voltas. Aprendera a montar com o padrinho, Fernando Salgueiro, e todos os registos dão conta de uma carreira promissora, embora fugaz. Empis teve a oportunidade de partilhar cartel com grandes nomes: Mestre João Núncio, João Moura (de quem se torna mais tarde, apoderado), entre muitos outros. Não faltam acesas memórias de tardes em que, tendo toureado a cavalo, acaba por trocar a casaca e tricórnio pela jaqueta e barrete, e ajuda o Grupo de Santarém a pegar toiros de cernelha. No Cartaxo, em 1969, pega com Carlos Garcia dos Santos um toiro que ele próprio havia toureado minutos antes. Em Portalegre, no ano seguinte, ajuda Francisco Moura a cernelhar um toiro toureado por João Núncio que se revela muito complicado. Originalmente, Carlos Empis entra para o Grupo como cernelheiro e logo dá nas vistas. Estreia-se em Salvaterra de Magos, a 30 de Abril de 1969, pegando um toiro de cernelha  rabejado por Luís Sepúlveda. Só mais tarde, depois de Carlos Garcia dos Santos partir para a guerra do Ultramar, começa a afirmar-se como rabejador. E que rabejador!".


Foto D.R./GFA de Santarém