segunda-feira, 8 de setembro de 2025

A última noite de Lisboa - pela objectiva do fotojornalista Francisco Romeiras

Miguel Alvarenga - Simpatize-se ou não se simpatize assim tanto, como é o nosso caso, com o Senhor, a verdade é que não hesitamos um segundo em aplaudir o desempenho (altamente positivo) do empresário José Maria Charraz nesta temporada de 2025, em que deixou de ser apenas o ex-cabo dos Forcados de Beja e o empresário de algumas praças alentejanas de categoria, casos de Beja e de Moura, para se transformar no grande balão de oxigénio que trouxe um novo fôlego a Pombeiro no Campo Pequeno (de quatro touradas, duas foram magníficas e esgotaram a lotação da praça) e ainda no salvador da Pátria em Montemor-o-Novo, vila que arriscava ficar sem toiros até que alguém deitasse mão às obras na praça exigidas pela IGAC, acabando por promover não uma, mas duas grandes corridas e ainda uma novilhada (hoje), infelizmente sem toureio a pé, só com cavaleiros (tem tempo de se emendar para o ano).

Isto tudo para justificar que, pese embora ter assumido a decisão de este ano não pôr os pés no Campo Pequeno (para o ano se verá... e se verá, sobretudo, se haverá touradas na capital... essa é a maior das incógnitas) e de também não publicitar aqui no "Farpas" o que por lá se passasse, fui, infelizmente, obrigado a escrever sobre a tragédia da noite de 22 de Agosto (seria um gravíssimo erro jornalístico ignorar) e volto hoje a fazer aqui referência, através das magníficas fotos do nosso estimado companheiro Francisco Romeiras, consagrada e aplaudida figura do fotojornalismo nacional, ao Campo Pequeno e à última corrida da mini-temporada, realizada na sexta-feira passada, com lotação esgotada e triunfos repartidos pelo cavaleiro Francisco Palha, pelo rejoneador Guillermo Hermoso de Mendoza, pelo matador peruano Andrés Roca Rey e pelos forcados de Alcochete e do Aposento da Moita, cujos cabos entraram nas cortesias levando aos ombros jaquetas do Grupo de São Manços, em sinal de luto e homenagem ao malogrado Manuel Maria Trindade, morto por um toiro nesta arena na corrida anterior, e exibindo uma lona, que depois colocaram na arena, com duas fotos do saudoso forcado - que tinha apenas 22 anos.

Foram lidados a cavalo quatro bons toiros de António Raul Brito Paes e a pé, dois de Garcigrande e Hermanos Garcia Jiménez, duas ganadarias espanholas suaves e pouco agressivas, mas com presença e sem defraudar ninguém (como alguns suspeitavam que acontecesse...).

Os empresários Charraz e Pombeiro renderam homenagem póstuma ao grande e eterno Manuel dos Santos, no ano do seu centenário; e ao GFA do Aposento da Moita pelo seu 50º aniversário.

Agora vamos aguardar serena e tranquilamente pelo resultado das eleições autárquicas em Lisboa, mas é importante, é necessário e é urgente, como já aqui referi, que nos consciencializemos de que, se não agirmos e não assumirmos a firme decisão de derrotar a coligação de esquerda liderada pela socialista Alexandra Leitão, esta pode mesmo ter sido a última tourada da História do Campo Pequeno. Não se esqueçam disso. Não adormeçam na fila, que depois pode ser já muito tarde.

Fotos Francisco Romeiras