quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Haja ordem nisto, senhores!
Miguel Alvarenga - Nada nos move, bem pelo contrário, contra o facto de as empresas - e a do Campo Pequeno, neste caso particular - incentivarem o futuro da Festa com espectáculos de oportunidade e promoção aos novos. Não fazem mais que a sua obrigação - para assegurar o futuro da tauromaquia e o seu próprio futuro como empresas.
Mas há que haver ordem nisto - e há, sobretudo, que haver Justiça!
A empresa do Campo Pequeno - não acredito que por ignorância do Regulamento - montou para esta noite uma "novilhada popular", sabendo de antemão que levava por diante um cartel que violava o Regulamento.
É estúpido e não tem nexo que uma "novilhada" (verdadeira designação do espectáculo de hoje, e não "popular", porque os quatro espadas já não são aspirantes a novilheiros) obrigue à inclusão de um cavaleiro de alternativa - mas não fomos nós que fizemos o Regulamento. Assim sendo, o cartaz de hoje necessitava de um profissional, saindo um dos praticantes - ou de dois profissionais, obrigando a mais dois toiros (oito é demais!), para manter os compromissos empresariais assumidos com os dois jovens cavaleiros anunciados.
Nada disso acontecerá. A Inspecção-Geral de Actividades Culturais, que em Maio passado obrigou o empresário "Nené" a substituir na Moita o praticante Marcelo Mendes pelo profissional Gilberto Filipe, pelos mesmíssimos lapsos contidos no cartaz desta noite em Lisboa, teve outro peso e outra medida para lidar com o caso da Monumental de Lisboa - o que é um escândalo e não pode ficar silenciado!
Manteve a ilegalidade, "legalizando-a" baptizando a "novilhada popular" como "festival" - irão os toureiros actuar de curto? Esperem para ver.
A rapaziada dos sites - que não tarda dará à estampa o peso dos toiros, p'ra variar - silenciou o assunto. A Federação "PróToiro", que se limita a recolher dedadas num painel e a vender t-shirt's sem recibo à porta do Campo Pequeno, nem piou sobre o caso.
Só "Farpas Blogue" pôs o dedo na ferida - somos os maus da fita? Ou seremos os únicos que continuamos a pugnar pela dignidade (inexistente) desta enorme palhaçada que continua a ser a tauromaquia em Portugal?
Responda quem quiser.