António Manuel Cardoso "Nené" (foto da direita), o veterano empresário tauromáquico do grupo "Toiros & Tauromaquia", há mais de trinta anos gestor de diversas praças de toiros nacionais, admitiu ao "Farpas" alterar todos os cartéis que já tem montados e suprimir deles todos o cavaleiro Luis Rouxinol (foto da esquerda), "se não for alterado o cartel em que o toureiro acedeu participar no dia 6 de Junho em Santarém, de que ontem tive conhecimento através do 'Farpas Blogue' e que é exactamente o mesmo que montei há dois meses e meio e que já anunciei para Reguengos de Monsaraz quatro dias depois, a 10 de Junho".
"Não tem pés nem cabeça que se monte quatro dias antes um cartel exactamente igual, com os mesmos toureiros, em Santarém. Prejudica Santarém e prejudica Reguengos, além de que demonstra, como acabei de ler no vosso blog e concordo em absoluto, uma preocupante e gritante má gestão da carreira de Rouxinol por parte do seu apoderado", acrecenta "Nené".
"Dou-me bem com o João Pedro Bolota (empresário de Santarém), nem falei nada ainda com ele, mas já falei com o apoderado de Rouxinol, Francisco Penedo, que me disse que se fosse preciso tiravam de Santarém o filho do Rouxinol... para o cartel não ser igual... quer dizer, agora quem paga as favas é o miúdo...", comenta o empresário.
"Neste momento, admito muito seriamente tirar o Rouxinol para fora da 'minha carroça', isto é, das corridas em que está posto nas minhas praças, se não houver o bom senso, sobretudo por parte do seu mentor e apoderado, de alterar o cartel de Santarém. Isto já não está bom e ainda fazem depois coisas destas... De facto, como o Miguel escreve muitas vezes e bem, também tenho imensas saudades de Manuel dos Santos, de Alfredo Ovelha, de José Agostinho dos Santos, de Manuel Gonçalves e de todos esses empresários. Se voltassem ao mundo, de certeza que davam um tiro na cabeça e iam outra vez embora, ao aperceber-se de como está a nossa Tauromaquia...", lamenta "Nené".
Que solução? Aponta o veterano empresário:
"Eu montei, de acordo com o apoderado de Rouxinol, o cartel de Reguengos há dois meses e meio, três meses. 10 de Junho é exactamente o dia em que ele comemora o 25º aniversário da alternativa. Falei na altura com o João Pedro Bolota para saber dos seus projectos para Santarém e ele disse-me que no dia 10 não dava corrida por causa do Europeu de Futebol. Andei com as coisas para a frente... agora, anunciam um cartel exactamente idêntico ao meu para quatro dias antes em Santarém... A solução, a meu ver, é o Bolota misturar tudo de modo diferente, fazendo novos cartéis, com os toureiros que tem contratados para Santarém. Se numa corrida está o Rui Fernandes, o João Telles e o Duarte Pinto e na outra o Moura, o Bastinhas, o Rouxinol e o filho, que jogue com estes cavaleiros em cartéis diferentes, que mude uns de um cartel para o outro. Penso que é a solução, uma vez que não conta com o Ventura para encher Santarém, ou então que vá buscar o Pablo ou o Cartagena ou o Leonardo Hernández, há outras opções. Fazer um cartel igual ao de Reguengos é que não tem pés nem cabeça. Mas, mais grave que o empresário o fazer, repito, é o apoderado do Rouxinol o aceitar... O Rui Bento é que tem toda a razão, quando aqui há uns tempos disse que a Festa está como está muito por culpa destes apoderados tractoristas, etc.".
E ainda:
"Tudo isto demonstra bem, para quem ainda tinha dúvidas, que essa coisa da APET (Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos) também não tem pés nem cabeça. Fazem reuniões, comprometem-se todos a não se atropelar uns aos outros e depois vêm cá para fora e borram logo a pintura. Assim não vale a pena andar a fingir que se respeitam todos uns aos outros, os empresários, para depois na prática fazerem tudo precisamente ao contrário...".
Fotos "DN" e João Dinis/Arquivo
